Mais do que a subida das taxas de juro, o Santander Portugal está preocupado com o impacto que a inflação elevada terá nas famílias, apontado para a taxa de desemprego e para o custo da habitação como outros fatores a ter em conta no futuro próximo.
“A principal variável de curto prazo a ter em atenção é a inflação” e não a subida das taxas de juro, afirmou Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander Portugal, na apresentação dos resultados para o primeiro semestre que se realizou esta quinta-feira. Os lucros do banco triplicaram para 241,3 milhões de euros.
“Vivíamos uma situação de anormalidade” nas taxas de juro e agora estamos a “vir para uma situação de normalidade mas com taxas muito baixas”, afirmou o banqueiro. Nesse sentido, “com este nível de taxas, não há de ser a principal variável que vai afetar as famílias”. Para Castro e Almeida, as taxas de juro podem tornar-se preocupantes se ficarem “acima de 2,5% ou 3%”.
Além da inflação, “há ainda uma segunda variável que pode ter impacto”, disse, nomeadamente a questão do desemprego. “Hoje em dia há mais procura do que oferta”, mas “sabemos que o mercado muda muito rapidamente”. Também o custo das casas, salientou, “está a prejudicar as famílias”.
Sobre o impacto nas empresas, o CEO do Santander Portugal diz estar a acompanhar de perto os clientes empresariais e, até agora, “em termos de dificuldades financeiras, não encontramos nenhuma situação grave. As empresas estão bem”.
De acordo com o gestor, o principal problema do tecido empresarial é ter muitas encomendas, mas “não tem mão-de-obra e há dificuldades em encontrar materiais”. Isto a par do impacto do aumento dos custos de energia e de transporte.