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São João: “Problema foi empurrado por vários governos”, diz Centeno

Mário Centeno, que está a ser ouvido no Parlamento, afirmou que o problema “está identificado há uma década” e que, apesar de ter passado pelas mãos de vários governos, “nada foi feito”.
  • Cristina Bernardo
11 Abril 2018, 12h27

O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou esta quarta-feira que o problema da ala pediátrica do Hospital de S. João tem sido empurrado por vários governos sem ser resolvido. Mário Centeno, que está a ser ouvido no Parlamento, afirmou que o problema “está identificado há uma década” e que, apesar de ter passado pelas mãos de vários governos, “nada foi feito”.

O ministro garantiu que o investimento foi aprovado e vai avançar, mas sem dizer quando, nem em que condições. O CDS-PP, por sua vez, acusou o ministro de estrangular os hospitais e alertou que há mais serviços dos hospitais paralisados pelo controlo orçamental.

O ministro das Finanças está a ser ouvido na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do PSD, que agendou a audição para discutir dificuldades financeiras no setor, mas com o atendimento pediátrico no Hospital de S. João a impor-se.

A audição ao ministro Mário Centeno já tinha sido pedida pelo grupo parlamentar do PSD há um mês, mas na terça-feira o partido confirmou que iria confrontar o titular da pasta das Finanças com as queixas relativas à degradação da qualidade de atendimento do serviço pediátrico no Hospital de S. João, no Porto.

O presidente deste hospital admitiu na terça-feira que as condições do atendimento pediátrico são «indignas» e «miseráveis», lamentando que a verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada. «Há um protocolo assinado, temos um projeto pronto para entrar em execução e não temos o dinheiro libertado que torne possível a execução desse projecto», afirmou António Oliveira e Silva.

O presidente do Centro Hospitalar do São João falava aos jornalistas a propósito de queixas de pais de crianças com doenças oncológicas sobre a falta de condições de atendimento dos seus filhos em ambulatório e também na unidade do “Joãozinho” para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas, noticiadas pelo “Jornal de Notícias”.

O secretário de Estado adjunto da Saúde disse recentemente que os 22 milhões de euros do Governo para as obras da Unidade pediátrica já tinham sido transferidos, aguardando apenas a autorização do Ministério das Finanças. As declarações de Fernando Araújo surgiram após a administração do Hospital de São João ter assumido que o bloqueio das Finanças colocava a unidade de Pediatria do São João em situação de rutura.

Na terça-feira o presidente do centro hospitalar lembrou que «há 10 anos que o centro pediátrico do Hospital de São João está em instalações provisórias», e que em junho de 2017, foi assinado um protocolo entre o Centro Hospitalar de São João, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), e a ARS/Norte no sentido de serem desbloqueadas as verbas necessárias para a construção do projeto global do centro hospitalar pediátrico.

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