[weglot_switcher]

‘Sarcófago’ de Chernobyl vai ser destruído. Nova estrutura custou 2,2 mil milhões de euros

O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento avançou com 715 milhões de euros, tendo sido o restante valor recolhido para um fundo que contou com contribuições com 45 países. A Ucrânia, local do acidente, pagou 100 milhões de euros para a construção da nova estrutura. 
12 Agosto 2019, 12h11

A explosão da central nuclear de Chernobyl ainda é considerada um dos piores desastres de toda a História da Humanidade e aconteceu em 1986. A explosão de um reator enviou material radioativo pelo ar e os incêndios contaminaram a Europa, no entanto, o local mais contaminado foi o reator número quatro, onde ocorreu o acidente.

Menos de dois meses após o desastre nuclear, perto de 600 mil trabalhadores soviéticos entraram em ação para construir um ‘sarcófago’ à volta do reator para prender os materiais radioativos que se encontravam no ar, como urânio e plutónio. Neste processo, muitos trabalhadores foram expostos a altos níveis de radiação e 31 trabalhadores morreram de radiação aguda, revela o “Business Insider”.

A cobertura foi projetada para ser resistente, uma vez que contava com 400 mil metros cúbicos de cimento armados e sete milhões de toneladas de aço, mas a construção para conter o material radioativo foi feita à pressa. Com o teto aberto, a água das chuvas infiltrou-se e a corrosão instalou-se, sendo que atualmente o ‘sarcófago’ radioativo está à beira do colapso.

Agora, de forma a evitar o perigo maior, diversos trabalhadores vão mandar a estrutura abaixo. A empresa que administra a fábrica de Chernobyl admitiu numa declaração online que os especialistas revelaram que a estrutura tinha uma probabilidade “muito elevada” de colapso, sendo que apenas a gravidade a mantinha presa aos suportes.

No fim de julho, a empresa assinou um contrato no valor de 78 milhões de dólares (cerca de 70 milhões de euros) com uma construtora para desmontar a estrutura até 2023. Embora este vá ser destruído, os trabalhadores vão ter de reforçar a estrutura enquanto trabalham. “A remoção de cada elemento vai aumentar o risco de abrigos que, por sua vez, vai causar a libertação de grandes quantidades de material radioativo”, revelou a mesma empresa.

No entanto, o mesmo website noticioso avança que é improvável que a radiação existente se dirija para a atmosfera, sendo que vários trabalhadores construíram uma proteção à volta do antigo ‘sarcófago’ com 32 mil toneladas.

A nova estrutura apelidada de Novo Confinamento Seguro demorou nove anos a ser construída, e estima-se que dure 100 anos antes que se comece a deteriorar. Custou ao todo 2,2 mil milhões de euros, tendo o pagamento dividido por diversas partes. O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento avançou com 715 milhões de euros, tendo sido o restante valor recolhido para um fundo que contou com contribuições com 45 países. A Ucrânia, local do acidente, pagou 100 milhões de euros para a construção da nova estrutura.

Quando o ‘sarcófago’ for destruído os trabalhadores envolvidos vão remover o lixo radioativo que ainda se encontra presente no reator número quatro. O processo envolve a aspiração de partículas radioativas e a limpeza da mistura de “lava” que se formou quando os trabalhadores soviéticos despejaram areia, chumbo e boro no reator que estava em chamas. Estima-se que estes esforços de limpeza durem até 2065.

https://jornaleconomico.pt/noticias/o-boom-turistico-na-zona-de-exclusao-em-torno-de-chernobyl-467302

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.