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Petróleo da Saudi Aramco já era. Cimento é a nova ‘pérola’ da Arábia Saudita

As empresas que fabricam este material de construção respondem por seis das dez ações com melhor desempenho no reino saudita este ano, apresentando retornos de pelo menos 53%.
1 Dezembro 2019, 17h41

A oferta pública inicial da petrolífera da Aramco, na Arábia Saudita, tem dominado as manchetes do reino nos últimos meses, mas os investidores parecem já ter encontrado outra forma de aumentar as suas fortunas: a chave poderá estar nos produtores de cimento, segundo conta a “Bloomberg” este domingo, 1 de dezembro.

As empresas que fabricam este material de construção respondem por seis das dez ações com melhor desempenho no reino saudita este ano, apresentando retornos de pelo menos 53%.

As ações ganharam com a crescente procura por cimento, impulsionadas por vários projetos de turismo e entretenimento, que fazem parte da estratégia do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman de diversificar a economia do petróleo. Parte do dinheiro para esses desenvolvimentos pode vir dos 23 mil milhões de euros que o Governo saudita pretende arrecadar com a venda de 1,5% da Aramco neste mês.

“Pode haver algum espaço para ganhos no cimento árabe e no cimento Qassim, enquanto para outros é difícil”, refere Abdulmalik Alsalem, analista da Al Rajhi Capital.

Os projetos incluem um desenvolvimento turístico de 15 mil milhões de euros numa localidade a noroeste de Riad, considerado o berço da Arábia Saudita; uma cidade de diversões de 334 quilómetros quadrados fora da capital; um megaprojeto no Mar Vermelho do tamanho da Bélgica; e uma cidade futurista chamada Neom.

A produção de cimento no reino saudita tem aumentado nos últimos três meses, com a produção em outubro a ser a mais alta do último ano. Analistas que cobrem os cinco maiores produtores de cimento do país aumentaram as suas expetativas de lucro para os próximos 12 meses, o que contrasta com um declínio nas estimativas para o mercado saudita em geral.

“O setor não é barato”, afirma Sameer Kattiparambil, analista da EFG-Hermes Holding. “Mas mantemos uma visão positiva de alguns participantes do noroeste, pois acreditamos que o crescimento do volume seria a melhor nessa região no médio prazo, apoiado por mega projetos”.

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