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Schulz quer a pasta das Finanças em troca de apoio a Merkel

Depois de ter recusado a possibilidade de negociar uma renovação da “Grande Coligação” com Merkel logo após a derrota eleitoral em setembro, o líder dos sociais-democratas alemãs admite voltar atrás se receber a pasat que estava nas mãos de Wolfgang Schauble.
18 Dezembro 2017, 13h58

Martin Schulz, líder do Partido Social-Democrata alemão (SPD), quer fazer depender um acordo de coligação com os democratas-cristãos (CDU) de Angela Merkel da entrega da pasta das Finanças ao seu partido.

Na passada sexta-feira, o SPD aprovou a entrada em negociações com a CDU para a formação de um governo de coligação. Depois de ficar aquém da maioria no parlamento nas eleições de setembro, e de ter falhado as negociações com os liberais do FDP e com Os Verdes, Merkel recorre agora ao segundo maior partido no parlamento, e seu  parceiro governamental na chamada “Grande Coligação” (um Bloco Central à alemã) de 2013 até às últimas eleições. Mas para o conseguir, terá provavelmente de ceder a importante pasta que estava nas mãos do seu partido.

O processo negocial será forçosamente complexo. De acordo a Reuters, a CDU e o SPD reunir-se-ão quarta-feira para definir um calendário e uma agenda para as negociações. Caso cheguem a acordo, os sociais-democratas terão de convocar uma nova convenção para aprovar a entrada em negociações formais com o partido de Merkel. Se as conversas entre os represennates dos dois partidos derem frutos, o conteúdo do acordo terá de ser novamente submetido ao julgamento dos membros do SPD, e só depois uma nova “Grande Coligação” poderá efetivamente ser formada.

Segundo o jornal alemão Handelsblatt, citado pela Reuters, Schulz terá dito aos seus deputados que “o objetivo” das negociações com Merkel seria obter “o Ministério das Finanças”. Depois de, logo na noite eleitoral, o líder do SPD ter dito que o seu partido rejeitava a possibilidade de renovar a coligação com Merkel, preferindo liderar a oposição para que a extrema-direita da AfD não ocupasse essa posição, a pasta das Finanças talvez seja o único fator que poderá convencer os membros dos sociais-democratas a voltarem atrás nessa vontade.

A entrega da liderança da oposição à AfD não é a única razão que leva o SPD a ter receio de renovar a “Grande Coligação” com Merkel. Muitos membros do partido responsabilizam a participação no governo dos últimos quatro anos pelos fracos resultados eleitorais de setembro. E segundo a Reuters, alguns receiam que uma reedição desse casamento com a CDU faça com que o partido perca a sua identidade.

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