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“Se há SMS trocados entre mim, o ministro e o secretário de Estado, há”

António Domingues confirmou ter trocado SMS com governantes, sem revelar o seu conteúdo, e reiterou que, do seu ponto de vista, existia um compromisso para a dispensa de entrega de declarações ao Tribunal Constitucional.
  • Foto: Cristina Bernardo
18 Julho 2017, 18h47

Na segunda audição perante a comissão parlamentar de inquérito que tem por objetivo apurar a atuação do Governo na nomeação, gestão e demissão da anterior administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues foi, pela primeira vez, questionado diretamente pelos sociais-democratas sobre a existência de mensagens escritas de telemóvel (SMS) trocados entre si e membros do Governo.

“Dialoguei com o Governo, o ministro das Finanças e o secretário de Estado [adjunto e das Finanças] e mais uma pessoa pelas mais variadas formas, em conversa, por SMS, por mail, por carta. Se há SMS trocados entre mim, o ministro e o secretário de Estado, há”, referiu.

No entanto, o ex-presidente do banco público sublinhou, tal como tinha feito na primeira audição, que não divulgou nem publicitou “SMS nenhuns”.

“Os SMS estão no meu telemóvel, ninguém os viu a não ser eu e os interlocutores”, disse, admitindo, porém, que não fez segredo perante os seus amigos e pessoas próximas da sua “interlocução com o Governo”.

O deputado do PSD, Virgílio Macedo, questionou-o então diretamente se as informações avançadas pelo comentador António Lobo Xavier no programa da Sic-Notícias “Quadratura do Círculo” eram verdadeiras.

“Será que o doutor António Lobo Xavier, conselheiro de Estado, enganou o Presidente da República ao dizer que havia SMS entre si e o Governo sobre a não entrega de declarações, acha-o capaz disso”, questionou.

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