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“Se Ronaldo queria ficar na Juventus bastava uma story no Instagram”, diz jornalista italiano ao JE

Fabrizio Romano diz que o processo de saída do jogador português da Juventus foi “estranho”, mas que nunca esperou que este pudesse regressar ao Manchester United.
4 Novembro 2021, 18h30

Apesar de ter assinado pelo Manchester United há quase três meses, a forma como Cristiano Ronaldo saiu da Juventus continua a ser tema de conversa em Itália. Em entrevista ao Jornal Económico (JE), durante a Web Summit, o jornalista italiano Fabrizio Romano, da estação televisiva “Sky Sports”, considera que a situação não ficou totalmente esclarecida.

“A situação com a Juventus foi estranha, porque o Cristiano nunca disse “eu fico”, e se realmente queria ficar na Juventus, bastava em três segundos publicar uma story no Instagram a dizer “eu fico na Juventus”. Houve rumores de clubes diferentes que nunca foram negados, por isso houve algo de estranho nesta história”, refere.

O jornalista assume que não contava que o internacional português pudesse voltar a Old Trafford. “Não esperava que ele fosse para o Manchester United, mas depois de não ter acontecido nada ao fim de três ou quatro dias de negociações com o Manchester City, percebi “ok algo de estranho se passa”, e aí apareceu o Manchester United”.

Fabrizio Romano, que acompanha o mercado de transferências há dez anos acredita que o segredo para conseguir ter as melhores informações e fidedignas passa sempre por ser factual e pelo respeito e ligação que se cria seja com os agentes, jogadores ou dirigentes.

“Temos de falar com eles todos os dias, testá-los, mas sempre com respeito para conseguires obter algum tipo de informação. Esta é a minha missão”, afirma, acrescentando, que nem sempre é fácil, pelo facto de que “o mercado de transferências é uma loucura, as coisas acontecem e mudam diariamente e por isso temos de estar sempre alerta”.

Quando se trata de abordar os principais emblemas europeus, o jornalista defende que cada caso é um caso, variando também consoante o campeonato em questão. “Os clubes ingleses, por exemplo, são muito mais fechados do que os espanhóis ou italianos. E isto também é válido para os agentes dos jogadores. O importante é conseguir ter boas relações com o maior número de pessoas possíveis e assim chegar a várias fontes”, explica.

Para preservar as identidades de quem lhe transmite informações, Fabrizio Romano não revela as suas fontes, mas assume que pelo facto de viver em Milão, acaba muitas vezes por se encontrar com dois dos principais agentes do futebol mundial: Jorge Mendes e Mino Raiola. “É tudo uma questão de networking, ou da pessoa em si, claro que nunca é fácil falar com os principais agentes, mas há muitas pessoas ao seu redor”, realça.

Outra das principais características de quem acompanha o mercado de transferências desportivas passa por perceber se um negócio é exequível ou não passa de um rumor sem fundamento. O jornalista defende que no seu caso quase sempre é uma questão de feeling ou instinto.

“Como tenho esta profissão há dez anos já consigo perceber quando alguma coisa vai acontecer ou é fake news e também tenho várias fontes que me ajudam, mas o teu instinto enquanto jornalista é o mais importante, seguires os clubes, analisares os plantéis e perceberes se precisam mesmo de um determinado jogador”, sublinha, dando o exemplo de um caso que aconteceu no último mercado de transferências.

“Falou-se muito na mudança do Héctor Bellerín, [defesa direito do Arsenal] para o Inter de Milão, mas percebi que era fake news, porque o Inter não precisava de um jogador como ele, e acabou por ser emprestado ao Bétis de Sevilla”, refere.

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