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Seca contribuiu para a segunda pior campanha de cereais de inverno dos últimos 105 anos (com áudio)

Além dos cereais, também a produção de batata, macieiras e pereiras foram especialmente afetados pela seca no país.
18 Agosto 2022, 10h25

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou, esta quinta-feira, que a seca contribuiu para a segunda pior campanha de cereais de inverno nos últimos 105 anos.

Assim, o INE aponta que “as previsões agrícolas, em 31 de julho, apontam para uma campanha cerealífera fortemente marcada pela seca severa a extrema que acompanhou grande parte do ciclo vegetativo dos cereais de inverno”. A atual campanha foi a segunda pior desde que existem registos sistemáticos, apenas superior à produção de 2012 e próxima da de 2005 (igualmente anos de secas extremas).

Além dos cereais batata também foi afetada pela seca e pelas temperaturas muito elevadas que inibiram a tuberização, verificando-se decréscimos de produtividade, bem como dificuldades de comercialização.

As elevadas temperaturas também afetaram outros alimentos. A onda de calor, cujo pico ocorreu no período de 7 a 17 de julho, causou escaldões nas fruteiras, principalmente nas macieiras e pereiras, e também na vinha, culturas onde se preveem quebras de produtividade de, respetivamente, 15%, 30% e 10%, face à campanha anterior.

Nas prunóideas a produção colhida deverá ser inferior no pêssego (menos 25%), enquanto para a amêndoa, consequência da entrada em produção de novas plantações, estima-se uma produção próxima da alcançada em 2021.

No entanto, o cenário nas culturas de primavera não é tão negativo, apesar da escalada dos preços dos meios de produção e da escassez de água de rega que, em muitos regadios privados, tem condicionado a frequência e dotação de rega. Prevê-se um aumento de 5% da área de milho e a manutenção da produtividade no arroz e tomate para a indústria, face ao ano anterior.

Ao falar especificamente na temperatura, “no final de julho, de acordo com o índice meteorológico de seca, registou-se um agravamento da situação de seca meteorológica, com um aumento da área em seca extrema (a classe mais grave), que passou a ocupar 44,8% do território continental (28,4% no final de junho), abrangendo vastas zonas do Nordeste Transmontano, Interior Centro, Baixo Oeste, Lezíria do Tejo e Alentejo”.

Relativamente às reservas hídricas “o volume de água armazenado nas principais albufeiras com aproveitamento hidroagrícola de Portugal continental encontrava-se a 59% da capacidade total, valor inferior ao registado no final do mês anterior (64%) e muito inferior ao valor médio de 1990/91 a 2020/21 (71%)”.

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