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Secil com expetativas positivas para 2020 no setor do cimento

De acordo com as estatísticas, o mercado de cimentos em Portugal em 2019 terá crescido cerca de 15% comparativamente ao período homólogo.
16 Fevereiro 2020, 19h04

A ‘holding’ Semapa, que controla a produtora de pasta e papel The Navigator Company e a cimenteira Secil, entre outros ativos, em Portugal e em diversos mercados internacionais, considera que, no setor dos cimentos, “as expectativas para 2020 são positivas embora os indicadores macroeconómicos apontem para um crescimento mais moderado face ao registado no ano anterior”.

“O SNIC – Sindicato Nacional da Indústria do Cimento espera um crescimento de mercado de cimento de cerca de 3,5% para 2020, próximo do aumento registado em 2019. Do ponto de vista interno, a unidade continuará com a implantação de projetos de melhoria de eficiência operacional e redução de custos, e simultaneamente continuará com o crescimento sustentado de vendas por forma a permitir a melhoria das margens operacionais”, destaca o comunicado enviado pela Semapa para a CMVM – Comissão d9 Mercado de Valores Mobiliários, referente aos resultados anuais do exercício de 2019.

O mesmo documento acrescenta que, “no Líbano, o ambiente político e económico enfrenta um momento de grande incerteza, devendo a procura de cimento em 2020 diminuir em relação a 2019”.

“O recebimento dos fundos associados ao programa CEDRE, dependentes da realização de reformas económicas e financeiras quanto à sustentabilidade das contas públicas, assim como outras medidas económicas e financeiras que sejam tomadas pelas autoridades poderão permitir uma estabilização na situação económica e financeira do país, sendo ainda incertos os impactos de médio prazo da presente crise económica gerada no Líbano”, confidenciam os responsáveis da Secil.

No seu entender, “os desenvolvimentos potenciais nas condições do conflito sírio e da situação dos refugiados sírios no Líbano terão um impacto macroeconómico e de mercado que não pode ser totalmente antecipado nesta fase”.

Por seu turno, “na Tunísia, o nível concorrencial deverá manter-se intenso, dado o excesso de oferta no país”.

“No entanto, o aumento dos preços de venda que se verificaram em 2019 permite perspetivar uma evolução positiva ao longo de 2020. A Tunísia atravessa uma difícil situação financeira, a instabilidade social poderá aumentar em resultado das reformas que o governo está obrigado a implementar. São esperados aumentos dos impostos e a continuidade da atual situação político/económica”, assinala o referido comunicado da Semapa.

“As perspetivas para Angola (World Economic Outlook, FMI outubro 2019) são de crescimento da economia, prevendo-se um aumento do PIB em termos reais de 1,5% para 2020. O Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM), conjuntamente com o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), e mais recentemente, o Programa de Financiamento Ampliado (EEF) assinado entre o Governo Angolano e o FMI, ao que se junta a tendência de subida do preço de venda do petróleo nos mercados internacionais, permitem esperar alguma retoma económica em 2020, que terá como consequência um crescimento do consumo de cimento. Em agosto de 2019, foi aprovado um programa de privatizações que pretende reestruturar o Setor Empresarial Público do Estado Angolano e assegurar a Sustentabilidade das Finanças Públicas”, refere o comunicado em questão.

Com um volume de negócios consolidado de 2.228,5 milhões de euros no ano passado, a Semapa obteve 510,7 milhões de euros na área dos cimentos, o que representou um crescimento de 5,9% face a 20918, mais 27,4 milhões de euros.

O setor da pasta e papel, através da The Navigator Company, foi responsável por 1.687,6 milhões de euros, um ligeiro decréscimo de 0,2% face ao exercício precedente.

Por fim, o setor do ambiente, através da participada ETSA, angariou receitas de 30,3 milhões de euros, uma subida de 22,8% face ao ano de 2018.

No setor dos cimentos, o EBITDA do grupo no ano passado ascendeu a 107,2 milhões de euros, um crescimento de 20,9%, um acréscimo de 18,5 milhões de euros face a 2018.

“Este aumento verificou-se apesar do impacto desfavorável da desvalorização cambial face ao euro, de algumas das moedas dos diferentes países onde a Secil atua, que se traduziu num impacto negativo de cerca de 5,3 milhões de euros”, destaca o referido comunicado.

Em Portugal, a Secil registou um volume de negócios de 295,9 milhões de euros nos cimentos, mais 12,8% que no exercício anterior.

Também no Brasil, a empresa registou um crescimento de 9,3% nas receitas, para 85,3 milhões de euros.

Na Tunísia, o desempenho nos cimentos também foi positivo, com uma subida de 22.2%, para um volume de negócios de 57,4 milhões de euros.

O comunicado da Semapa destaca a “melhoria dos mercados onde a Secil opera, com exceção do Líbano e Angola, o aumento das vendas de CO2 (mais 3,4 milhões de euros)”, assim como “o efeito positivo da implementação da IFRS 16 [uma norma contabilística] (8,7 milhões de euros)”.

“O consumo de cimento em Portugal foi marcado por variações homólogas mensais positivas ao longo de todos os meses de 2019, em consonância com o dinamismo verificado no setor da construção, ao longo do ano. De acordo com as estatísticas, o mercado em 2019 terá crescido cerca de 15% comparativamente ao período homólogo”, destacam os responsáveis da Semapa.

 

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