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Secil subscreve proposta de redução de emissões apresentada por associação global da indústria cimenteira

Esta proposta, designada Ambição Climática, pretende fazer face ao desafio global de redução de emissões de carbono, tendo em conta que a indústria do setor visa a neutralidade carbónica do betão em 2050, o material mais usado do mundo.
3 Setembro 2020, 17h33

A cimenteira portuguesa Secil subscreveu a proposta ‘Ambição Climática para 2050’, apresentada pela Global Cement and Concrete Association (GCCA) – Associação da Indústria Cimenteira Mundial.

Esta proposta pretende fazer face ao desafio global de redução de emissões de carbono, tendo em conta que a indústria do setor visa a neutralidade carbónica do betão em 2050, o material mais usado do mundo.

“Quarenta empresas líderes mundiais em cimento e betão revelam a posição conjunta da indústria intitulada ‘Ambição Climática para 2050’. A declaração de ambição demonstra o compromisso da indústria em todo o mundo em trabalhar para reduzir a pegada de CO2 do produto inventado pelo homem mais usado no mundo, com a aspiração de proporcionar à sociedade um betão neutro em carbono até 2050”, sublinha um comunicado da Secil.

O mesmo documento explica que esta foi uma iniciativa lançada pela Global Cement and Concrete Association (GCCA) em nome de todos os seus membros, acrescentando que a ‘Declaração de Ambição’ “representa um marco fundamental para a indústria”.

“É a primeira vez que esta se une a nível global para declarar a ambição coletiva de um futuro neutro em carbono. A declaração identifica as alavancas essenciais que serão necessárias para se conseguir um betão neutro em carbono, nomeadamente: redução e eliminação de emissões relacionadas com a energia, redução de emissões de processo através do recurso a novas tecnologias e implementação da captura de carbono, uso mais eficiente do betão, reutilização e reciclagem do betão e dos edifícios, e aproveitar a capacidade do betão em absorver e armazenar carbono da atmosfera”, assinala o referido comunicado.

Para os responsáveis da Secil, “a ‘Ambição Climática’ baseia-se nos compromissos climáticos e progressos pela sustentabilidade já assumidos desde há longa data pelos membros da GCCA e associações afiliadas em todo o mundo, estabelecendo uma visão global para a sustentabilidade a longo prazo do betão, o material de construção vital que moldou o mundo moderno”.

Otmar Hübscher, presidente da Comissão Executiva da Secil declarou que “a Secil empreendeu, há anos, a sua viagem rumo à sustentabilidade e tem dado passos seguros nesse desígnio, especialmente no que respeita à biodiversidade, ao uso de combustíveis alternativos, à inovação em produtos com menor intensidade carbónica, à eficiência energética e à atuação responsável nas comunidades onde está inserida”.

“Neste ano em que comemoramos o nosso 90º aniversário, estamos determinados no nosso firme compromisso com a neutralidade carbónica e alinhados com a indústria cimenteira mundial”, assegura este responsável.

Por seu turno, Dinah McLeod, presidente da Comissão Executiva da GCCA, afirmou que, “à medida que enfrentamos os desafios das gerações futuras e iniciamos a recuperação económica global, o betão vai tornar-se ainda mais essencial para a construção do mundo sustentável do amanhã”.

“É por isso que estamos a assumir este compromisso hoje [dia 3 de setembro], para que a nossa indústria, que é absolutamente fundamental, se alinhe com as metas globais, nomeadamente com o Acordo de Paris”, garante esta responsável.

Dinah McLeod acrescenta que “o betão tem um papel vital a desempenhar no sentido de se abordarem as necessidades de comunidades sustentáveis e da prosperidade”.

“É um ingrediente-chave para as infraestruturas, habitação, água potável e para a resiliência das comunidades à medida que o nosso clima está a mudar. E terá também um papel crucial em facilitar a transição para uma energia limpa, mais verde. Acreditamos que esta jornada irá constituir um desafio, mas estamos totalmente empenhados em trabalhar em conjunto com os nossos membros, parceiros e ‘stakeholders’ em toda a indústria e na cadeia de abastecimento para concretizar esta ambição”, defende a presidente da Comissão Executiva da GCCA.

A nota da Secil releva ainda que “a indústria do betão e do cimento constitui uma parte fundamental do setor da construção – que representa 13% do PIB global – e tem já um histórico de assumir iniciativas pelo clima”.

“No qual se que inclui, nomeadamente, ter conseguido uma redução de 19% em emissões de CO2 por tonelada de material cimentício, ao mesmo tempo que aumentou em nove vezes o uso de combustíveis alternativos desde 1990”, recorda o comunicado em questão.

Albert Manifold, presidente da GCCA e CEO da CRH plc afirmou a este propósito que “a ‘Ambição Climática para 2050’ representa o compromisso da nossa indústria em reduzir ainda mais as emissões e em garantir que o produto vital que fornecemos possa ser proporcionando numa base neutra em carbono até 2050″.

“Concretizar este desiderato constitui um desafio significativo e conseguir alinhar toda a nossa indústria para que esta possa avançar de forma sustentável é um primeiro passo importante. No entanto, não conseguimos ter sucesso se avançarmos sozinhos e, ao lançar a nossa declaração de ambição, queremos também destacar a necessidade da nossa indústria trabalhar em colaboração com outros ‘stakeholders’ que apoiem a nossa ambição por um futuro mais sustentável”, considera Albert Manifold.

A Secil adianta ainda que “os membros da GCCA estão atualmente a desenvolver um ‘Roteiro do Betão para 2050’, que irá definir as ações e marcos detalhados que a indústria irá implementar para poder concretizar a sua ambição”.

“O que inclui trabalhar em toda a cadeia de valor do espaço edificado, para concretizar a visão dum betão neutro em carbono numa economia circular, num contexto de vida completa. O ‘Roteiro do Betão para 2050’ deverá ser publicado no segundo semestre de 2021”, avança o comunicado da Secil.

Já Anthony Hobley, diretor executivo da ‘Plataforma Missão Possível’, do Fórum Económico Mundial, assume que está a trabalhar em diferentes setores para ajudar a conseguir um futuro neutro em carbono, afirmou que “empresas ambiciosas e uma liderança conduzida pelas iniciativas da indústria, são vitais para se alcançarem as metas climáticas que o mundo precisa para sobreviver e prosperar”.

“Sabemos que o betão é muitíssimo importante para muitos dos desafios que a humanidade enfrenta, mas também sabemos que tem de ser conseguido de forma mais sustentável. Estamos muito satisfeitos com o importante passo de articular em conjunto a ambição dum betão neutro em carbono e esperamos trabalhar em colaboração com esta indústria para apresentar o caminho detalhado a percorrer e as ferramentas necessárias para se alcançar uma economia zero carbono em termos líquidos”, explica Anthony Hobley.

No entender dos responsáveis da Secil, “à medida que o mundo lida com o impacto da crise sanitária provocada pela Covid-19, o setor da construção está a desempenhar um papel importante na recuperação económica”.

“A declaração de ‘Ambição Climática’ da GCCA demonstra o seu empenho em ajudar a construir um futuro mais sustentável e mais seguro – reconhecendo que o mundo precisa de infraestruturas mais limpas e mais verdes”, advogam os responsáveis da cimenteira portuguesa.

A ‘Ambição Climática para 2050’ da GCCA descreve como é que o setor pode conseguir um betão neutro em carbono nos próximos anos através dos seguintes passos: eliminar as emissões do setor cimenteiro relacionadas diretamente com a energia e maximizar o coprocessamento de resíduos provenientes de outras indústrias; reduzir e eliminar emissões relacionadas indiretamente com a energia, através de fontes renováveis de produção de eletricidade; reduzir emissões de processo, através de novas tecnologias e da implementação da captura de carbono em escala; reduzir o teor de clínquer no cimento e de cimento no betão, bem como usando de forma mais eficiente o betão em edifícios e em infraestruturas; reprocessando o betão proveniente de resíduos de construção e de demolições, para se produzirem agregados reciclados para serem usados no fabrico do betão; e quantificar e aumentar o nível de absorção de CO2 do betão, através da recarbonatação e da recarbonatação aumentada, numa economia circular, num contexto de vida completa.

A Secil assume-se como a principal empresa cimenteira portuguesa, detida integralmente pelo grupo Semapa, cotado na Euronext Lisboa.

Possui oito fábricas, situadas em cinco países de quatro continentes, e é membro associado da GCCA desde 2018.

A GCCA, lançada em janeiro de 2018, dedica-se a desenvolver e fortalecer o contributo do setor para uma construção sustentável.

A GCCA visa promover a inovação em toda a cadeia de valor da construção, em colaboração com associações do setor, bem como com arquitetos, engenheiros e inovadores.

“Desta forma, a associação demonstra como é que as soluções com base em betão podem fazer face aos desafios globais da construção e aos objetivos do desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo que demonstra uma liderança industrial responsável no fabrico e uso do cimento e do betão”, refere o comunicado em apreço.

A GCCA tem a sua sede em Londres, Inglaterra, e complementa e apoia o trabalho das associações a nível nacional e regional.

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