A cimenteira portuguesa Secil subscreveu a proposta ‘Ambição Climática para 2050’, apresentada pela Global Cement and Concrete Association (GCCA) – Associação da Indústria Cimenteira Mundial.
Esta proposta pretende fazer face ao desafio global de redução de emissões de carbono, tendo em conta que a indústria do setor visa a neutralidade carbónica do betão em 2050, o material mais usado do mundo.
“Quarenta empresas líderes mundiais em cimento e betão revelam a posição conjunta da indústria intitulada ‘Ambição Climática para 2050’. A declaração de ambição demonstra o compromisso da indústria em todo o mundo em trabalhar para reduzir a pegada de CO2 do produto inventado pelo homem mais usado no mundo, com a aspiração de proporcionar à sociedade um betão neutro em carbono até 2050”, sublinha um comunicado da Secil.
O mesmo documento explica que esta foi uma iniciativa lançada pela Global Cement and Concrete Association (GCCA) em nome de todos os seus membros, acrescentando que a ‘Declaração de Ambição’ “representa um marco fundamental para a indústria”.
“É a primeira vez que esta se une a nível global para declarar a ambição coletiva de um futuro neutro em carbono. A declaração identifica as alavancas essenciais que serão necessárias para se conseguir um betão neutro em carbono, nomeadamente: redução e eliminação de emissões relacionadas com a energia, redução de emissões de processo através do recurso a novas tecnologias e implementação da captura de carbono, uso mais eficiente do betão, reutilização e reciclagem do betão e dos edifícios, e aproveitar a capacidade do betão em absorver e armazenar carbono da atmosfera”, assinala o referido comunicado.
Para os responsáveis da Secil, “a ‘Ambição Climática’ baseia-se nos compromissos climáticos e progressos pela sustentabilidade já assumidos desde há longa data pelos membros da GCCA e associações afiliadas em todo o mundo, estabelecendo uma visão global para a sustentabilidade a longo prazo do betão, o material de construção vital que moldou o mundo moderno”.
Otmar Hübscher, presidente da Comissão Executiva da Secil declarou que “a Secil empreendeu, há anos, a sua viagem rumo à sustentabilidade e tem dado passos seguros nesse desígnio, especialmente no que respeita à biodiversidade, ao uso de combustíveis alternativos, à inovação em produtos com menor intensidade carbónica, à eficiência energética e à atuação responsável nas comunidades onde está inserida”.
“Neste ano em que comemoramos o nosso 90º aniversário, estamos determinados no nosso firme compromisso com a neutralidade carbónica e alinhados com a indústria cimenteira mundial”, assegura este responsável.
Por seu turno, Dinah McLeod, presidente da Comissão Executiva da GCCA, afirmou que, “à medida que enfrentamos os desafios das gerações futuras e iniciamos a recuperação económica global, o betão vai tornar-se ainda mais essencial para a construção do mundo sustentável do amanhã”.
“É por isso que estamos a assumir este compromisso hoje [dia 3 de setembro], para que a nossa indústria, que é absolutamente fundamental, se alinhe com as metas globais, nomeadamente com o Acordo de Paris”, garante esta responsável.
Dinah McLeod acrescenta que “o betão tem um papel vital a desempenhar no sentido de se abordarem as necessidades de comunidades sustentáveis e da prosperidade”.
“É um ingrediente-chave para as infraestruturas, habitação, água potável e para a resiliência das comunidades à medida que o nosso clima está a mudar. E terá também um papel crucial em facilitar a transição para uma energia limpa, mais verde. Acreditamos que esta jornada irá constituir um desafio, mas estamos totalmente empenhados em trabalhar em conjunto com os nossos membros, parceiros e ‘stakeholders’ em toda a indústria e na cadeia de abastecimento para concretizar esta ambição”, defende a presidente da Comissão Executiva da GCCA.
A nota da Secil releva ainda que “a indústria do betão e do cimento constitui uma parte fundamental do setor da construção – que representa 13% do PIB global – e tem já um histórico de assumir iniciativas pelo clima”.
“No qual se que inclui, nomeadamente, ter conseguido uma redução de 19% em emissões de CO2 por tonelada de material cimentício, ao mesmo tempo que aumentou em nove vezes o uso de combustíveis alternativos desde 1990”, recorda o comunicado em questão.
Albert Manifold, presidente da GCCA e CEO da CRH plc afirmou a este propósito que “a ‘Ambição Climática para 2050’ representa o compromisso da nossa indústria em reduzir ainda mais as emissões e em garantir que o produto vital que fornecemos possa ser proporcionando numa base neutra em carbono até 2050″.
“Concretizar este desiderato constitui um desafio significativo e conseguir alinhar toda a nossa indústria para que esta possa avançar de forma sustentável é um primeiro passo importante. No entanto, não conseguimos ter sucesso se avançarmos sozinhos e, ao lançar a nossa declaração de ambição, queremos também destacar a necessidade da nossa indústria trabalhar em colaboração com outros ‘stakeholders’ que apoiem a nossa ambição por um futuro mais sustentável”, considera Albert Manifold.
A Secil adianta ainda que “os membros da GCCA estão atualmente a desenvolver um ‘Roteiro do Betão para 2050’, que irá definir as ações e marcos detalhados que a indústria irá implementar para poder concretizar a sua ambição”.
“O que inclui trabalhar em toda a cadeia de valor do espaço edificado, para concretizar a visão dum betão neutro em carbono numa economia circular, num contexto de vida completa. O ‘Roteiro do Betão para 2050’ deverá ser publicado no segundo semestre de 2021”, avança o comunicado da Secil.
Já Anthony Hobley, diretor executivo da ‘Plataforma Missão Possível’, do Fórum Económico Mundial, assume que está a trabalhar em diferentes setores para ajudar a conseguir um futuro neutro em carbono, afirmou que “empresas ambiciosas e uma liderança conduzida pelas iniciativas da indústria, são vitais para se alcançarem as metas climáticas que o mundo precisa para sobreviver e prosperar”.
“Sabemos que o betão é muitíssimo importante para muitos dos desafios que a humanidade enfrenta, mas também sabemos que tem de ser conseguido de forma mais sustentável. Estamos muito satisfeitos com o importante passo de articular em conjunto a ambição dum betão neutro em carbono e esperamos trabalhar em colaboração com esta indústria para apresentar o caminho detalhado a percorrer e as ferramentas necessárias para se alcançar uma economia zero carbono em termos líquidos”, explica Anthony Hobley.
No entender dos responsáveis da Secil, “à medida que o mundo lida com o impacto da crise sanitária provocada pela Covid-19, o setor da construção está a desempenhar um papel importante na recuperação económica”.
“A declaração de ‘Ambição Climática’ da GCCA demonstra o seu empenho em ajudar a construir um futuro mais sustentável e mais seguro – reconhecendo que o mundo precisa de infraestruturas mais limpas e mais verdes”, advogam os responsáveis da cimenteira portuguesa.
A ‘Ambição Climática para 2050’ da GCCA descreve como é que o setor pode conseguir um betão neutro em carbono nos próximos anos através dos seguintes passos: eliminar as emissões do setor cimenteiro relacionadas diretamente com a energia e maximizar o coprocessamento de resíduos provenientes de outras indústrias; reduzir e eliminar emissões relacionadas indiretamente com a energia, através de fontes renováveis de produção de eletricidade; reduzir emissões de processo, através de novas tecnologias e da implementação da captura de carbono em escala; reduzir o teor de clínquer no cimento e de cimento no betão, bem como usando de forma mais eficiente o betão em edifícios e em infraestruturas; reprocessando o betão proveniente de resíduos de construção e de demolições, para se produzirem agregados reciclados para serem usados no fabrico do betão; e quantificar e aumentar o nível de absorção de CO2 do betão, através da recarbonatação e da recarbonatação aumentada, numa economia circular, num contexto de vida completa.
A Secil assume-se como a principal empresa cimenteira portuguesa, detida integralmente pelo grupo Semapa, cotado na Euronext Lisboa.
Possui oito fábricas, situadas em cinco países de quatro continentes, e é membro associado da GCCA desde 2018.
A GCCA, lançada em janeiro de 2018, dedica-se a desenvolver e fortalecer o contributo do setor para uma construção sustentável.
A GCCA visa promover a inovação em toda a cadeia de valor da construção, em colaboração com associações do setor, bem como com arquitetos, engenheiros e inovadores.
“Desta forma, a associação demonstra como é que as soluções com base em betão podem fazer face aos desafios globais da construção e aos objetivos do desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo que demonstra uma liderança industrial responsável no fabrico e uso do cimento e do betão”, refere o comunicado em apreço.
A GCCA tem a sua sede em Londres, Inglaterra, e complementa e apoia o trabalho das associações a nível nacional e regional.
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