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“Sector dos seguros tem oportunidade de se reinventar”, defende presidente da ASF

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), salienta que a pandemia trouxe novas ameaças ao mercado, mas que o sector transformou essas ameaças numa oportunidade.
18 Maio 2022, 12h56

Margarida Corrêa de Aguiar acredita que o sector dos seguros “tem a oportunidade de se reinventar e mostrar o seu melhor”, numa altura em que se apresentam novos desafios depois da pandemia e no cenário de guerra que se vive na Ucrânia.

A presidente da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), referiu durante o Fórum Sector Segurador 2022, promovido pelo Jornal Económico esta quarta-feira, 18 de maio, que o sector tem de gerir as suas necessidades a curto prazo.

“Nos últimos dois anos o mundo mudou muito. As realidades com que nos defrontamos hoje não faziam parte dos nossos planos. A pandemia trouxe novas ameaças ao mercado, mas fizemos dessas ameaças oportunidades. Desde o inicio de 2022 estamos a assistir ao surgimento da inflação, mas conjugada com baixos niveis de taxas de juro”, afirmou.

No entanto, a responsável garantiu que tal como aconteceu com a pandemia, cujos efeitos ainda não deu por terminados, a ASF está agora a monitorizar os impactos criados pela guerra na Ucrânia. “A subida dos preços do gás e petróleo tem um grande impacto na inflação. Na perspetiva de medio longo prazo assistimos a alteração da estratégia geopolitica a nível mundial”, salientou.

Como tal, Margarida Corrêa de Aguiar, abordou alguns dos desafios que o sector dos seguros terá pela frente. Desde logo a transição climática. “É importante que as empresas sigam mais as alterações climáticas e o seu impacto no modelo de negócio e informação relevante da dimensão climática na relação com os seus stakeholders”, frisou, destacando também a transformação digital.

“Tudo está a mudar rapidamente impactando todas as etapas da cadeia de valor. Os riscos adicionais que decorrem de uma acumulação de dados confidenciais e manipulação e falta de transparência para quem os processa. Os riscos cibernéticos são uma das principais fontes de riscos neste aspeto”, sublinhou.

Sobre o desafio da longevidade, a responsável destacou que a resposta positiva ao envelhecimento da população, e realçando que “é visivel um protection gap para que o segurador possa desempenhar um papel mais dinâmico”, mas avisando que a atividade seguradora necessita de inovar nos produtos.

Para isso, a ASF já tem uma resposta regulatória a estes desafios, como a inclusão de todos os cidadãos que devem constituir uma preocupação no integral respeito de todas as partes envolvidas para Portugal ter uma economia mais sustentável.

Margarida Corrêa de Aguiar, acrescentou ainda que não será possível procurar um futuro sem conhecimento. “A literacia financeira tem um papel essencial para aumentar a capacitação do consumidor. É fundamental ter presente que os desafios apresentados se desenvolvem num contexto de incerteza”, salientou.

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