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Sector energético quer reduzir pegada de carbono e fazer a transição sustentável

Desinvestimento das empresas do sector energético ascendeu a 250 mil milhões de dólares, enquanto a liquidez aumentou para 300 mil milhões. Este sector pretende reduzir a sua pegada de carbono e investir em soluções mais sustentáveis.
9 Maio 2023, 10h30

O sector da energia decidiu desinvestir, num esforço para reduzir a pegada de carbono e se tornarem mais ‘amigos do ambiente’. Um novo estudo da Bain & Company sobre fusões e aquisições no sector energético indica que 80% dos entrevistados avaliaram produtivamente a separação ou cisão de partes do negócio. E os dados dão conta disso, uma vez que, nos primeiros nove meses do ano passado, a atividade de desinvestimentos ascendeu a 250 mil milhões de dólares, mais do que outro sector.

O estudo mostra que estes desinvestimentos aconteceram num momento em que as empresas de energia e recursos naturais “estão com mais liquidez do que qualquer outra indústria”, montante que chega aos 300 mil milhões de dólares.

“Os líderes no sector de energia estão a realizar um esforço significativo para reduzir a pegada de carbono. A gestão ativa de portefólios é uma ferramenta que ajuda a acelerar a transição para um futuro energético mais sustentável e em paralelo uma alavanca de criação de valor significativa”, sustenta Eduardo Ferreira de Lemos, associate partner da Bain & Company.

O desinvestimento acontece porque as empresas querem desfazer-se dos ativos pesados em carbono. Por exemplo, a energética italiana Enel anunciou a venda de ativos no valor de 21,5 mil milhões de dólares, entre 15% a 20% do valor da empresa, tendo como objetivo a simplificação do seu negócio, o impulso da eletrificação em toda a cadeia de valor e a redução da dívida.

Mas num momento em que acontece esta venda, sobem as aquisições relacionadas com a transição energética. Estas aquisições de todo o volume de negócios cresceu de 21% em 2021 para 27% nos primeiros nove meses de 2022.

O estudo da Bain & Company sustenta que “72% dos inquiridos de energia e recursos naturais afirmaram que a tese de investimento mais comum será a de expansão para novas áreas de negócio ou a criação de novos motores de crescimento”, algo que a consultora apelidou como Engine 2 e pode ser descrito como um novo negócio dentro de uma empresa existente que usa os benefícios de escala do negócio principal, para crescer mais rápido do que conseguiria uma startup independente.

“A nova vaga de fusões e aquisições está a tornar-se mais competitiva e tem um perfil de risco/retorno diferente dos negócios anteriores, exigindo abordagens fundamentalmente diferentes para a criação de valor”, indica a consultora. O sucesso das operações de escala baseia-se na rápida integração global, na captura de sinergias de custos e na integração cultural plena.

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