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Suinicultura nacional cresce 8% no mercado interno e mais de 40% nas exportações

Sector valeu um total de 1.200 milhões de euros em 2020. China e Angola continuam a ser os principais mercados de exportação deste sector, mas os empresários da fileira continuam a apostar noutros mercados asiáticos, como o Vietname ou as Filipinas.
16 Março 2021, 08h10

O sector nacional da suinicultura cresceu cerca de 8% no mercado interno e mais de 40% nas exportações durante o ano passado. Segundo o balanço efetuado ao sector pela FPAS – Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, em 2020 registou-se um aumento no mercado das exportações e na produção nacional.

Assim, Portugal produziu 302 mil toneladas de carne de porco em 2020, tendo o grau de autossuficiência ficado próximo dos 79%.

Em contrapartida, as importações de carne de porco diminuíram 11% no ano passado.

Ainda segundo os dados recolhidos pela FPAS, a produção e indústria suinícolas nacionais totalizaram 1,2 mil milhões de euros em 2020.

China e Angola continuaram a ser os principais mercados de exportação deste sector.

“A contrariar a tendência dos mercados face à crise da Covid-19, o sector da suinicultura portuguesa cresceu no último ano e apresenta perspetivas animadoras para 2021. De acordo com os dados do INE, a produção suinícola nacional atingiu mais de 302 mil toneladas de carne de porco no último ano”, destaca um comunicado da FPAS.

De acordo com a associação, “este número representou uma variação positiva de 8,19% em relação a 2019, que ficou abaixo das 280 mil toneladas”.

“Estes valores representam uma autossuficiência a rondar os 79% do consumo interno, em contraste com os 68% do ano anterior, permitindo reduzir as importações na ordem dos 11%”, assinalam os responsáveis da federação, acrescentando que, “no total, o setor somou 1,2 mil milhões de euros no ano passado, que representa o acumulado do valor da produção e da indústria”, precisa o documento em questão.

“De acordo com o INE [Instituto Nacional de Estatística], o valor da produção suinícola em 2020 representou 8% de toda a produção agrícola nacional”, acrescenta o referido comunicado.

O documento da FPAS sublinha também que “o sector suinícola manteve a sua atividade a laborar durante toda a pandemia Covid-19, assegurando o ritmo de crescimento gradual dos últimos três anos”, mas ressalva que, “contudo, o nível de consumo de leitão teve um impacto negativo, tendo sido especialmente afetado pelo encerramento do canal HoReCa [Hotelaria, Restauração, Cafetaria]”.

Igualmente segundo os dados do INE, no relatório de Contas Económicas da Agricultura de 30 de setembro de 2020, verifica-se que houve uma diminuição dos preços de base (-1,4%), “que reflete a redução da procura nacional”.

“As perspetivas são mais animadoras para as exportações nacionais. No ano passado, o setor da produção suinícola representou cerca de 6,7% das exportações portuguesas do complexo agroalimentar, atingindo valores na ordem dos 191 milhões de euros (30,6% da produção suinícola nacional)”, adianta o referido comunicado.

Segundo a FPAS, “China e Angola continuam a ser os principais compradores externos, seguidos pelo Reino Unido”, destacando que, “com a meta de atingir o mercado internacional, a aposta dos produtores nacionais continua sobretudo nos mercados asiáticos, com a mira em países como o Vietname e Filipinas, cujo consumo de carne de porco é bastante elevado”.

“Os nossos principais importadores são a China e Angola, mas a nossa meta é atingir o mercado global. Para isso, temos de ser bastante competitivos, sendo fundamental derrubar barreiras burocráticas e implementar práticas cada vez mais enraizadas em Portugal promotoras do bem-estar animal e da sustentabilidade”, refere Vítor Menino, presidente da FPAS.

O mesmo relatório do INE esclarece que “as exportações de suínos entre janeiro e setembro de 2020 apresentaram, face ao período homólogo, um aumento no volume de suínos vivos exportados (cerca de +54,3%) e de carne de porco (cerca de +45%), em particular para países asiáticos”.

As exportações de carne de porco para a China no ano passado ascenderam a cerca de 56,3 milhões de euros, enquanto Angola importou de Portugal cerca de 26,6 milhões de euros.

Fundada em 1981, a FPAS é uma associação sem fins lucrativos que visa o estudo e o acompanhamento das questões relativas à suinicultura, nomeadamente a coordenação da atividade geral da suinicultura federada nas suas relações com as entidades oficiais, das relações com os outros sectores da produção de carne e a definição de políticas comuns e análise de dados técnicos, económicos, financeiros, estatísticos acerca do sector, bem como da situação, evolução e perspetivação de mercado, além de contribuir, ainda, para a definição de estratégias e políticas de regulação e desenvolvimento geral do sector.

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