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Segundo ‘round’ de negociações do Brexit termina sem acordo entre Londres e a UE

A questão de quanto custará e quem deverá pagar a fatura do Brexit foi um dos temas mais controversos desta segunda fase de negociações. União Europeia exige ao Reino Unido que apresente “urgentemente” uma proposta de lei, onde esclareça o seu posicionamento.
  • União Europeia
20 Julho 2017, 15h34

A segunda fase de negociações do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) termina sem que as duas partes tenham chegado a acordo em relação a duas das principais questões em debate: o futuro dos diretos dos cidadãos e a fatura a pagar pelo Brexit. O responsável-chefe da UE pelas negociações, Michel Barnier diz que faltou “convergência” de parte a parte e permanecem diferenças de interesses fundamentais, após quatro dias de conversações.

Na conferência de imprensa que se seguiu ao debate das medidas que vão nortear a saída do Reino Unido do bloco europeu, Michel Barnier deixou claro que o caminho a ser tomado no pós-Brexit não reune o consenso das duas parte em processo de divórcio. O encarregado da UE explicou que o Reino Unido se mostrou inflexível em dar prioridade aos direitos dos cidadãos e continua a dar primazia à discussão de um acordo comercial.

A União Europeia mantém-se, no entanto, firme na defesa de que os direitos dos cidadãos deveriam ser garantidos pelo Tribunal de Justiça Europeu, o que aparentemente é uma linha vermelha para Londres. Michel Barnier indica que esta é uma “divergência fundamental” e que os “cidadãos devem ser capazes de identificar a segurança jurídica de que precisam no seu dia-a-dia”.

A questão de quanto custará e quem deverá pagar a fatura do Brexit foi outro dos temas controversos desta segunda fase de negociações. Descontente com o facto de o Reino Unido “não entenda que as contas têm de ser fechadas” antes da saída do bloco europeu, Michel Barnier diz que o Reino Unido deve fazer “urgentemente” uma proposta de lei, onde esclareça qual o seu posicionamento sobre esta matéria.

“Como disse muito claramente a David Davis [negociador do Reino Unido para as questões do Brexit], um esclarecimento sobre a posição do Reino Unido é indispensável para negociar e para que possamos fazer progressos no dossier financeiro, que é inseparável dos outros dossiers em negociação”, afirmou o negociador-chefe da União Europeia.

Por acordar fica também a questão irlandesa. A União Europeia convocou novos esclarecimentos sobre como ficará a questão da fronteira da República da Irlanda com a Irlanda do Norte (que faz parte do Reino Unido e reclama a independência) para a próxima sessão.

 

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