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Semana Mundial do Investidor arranca com sustentabilidade e literacia financeira

O evento global arrancou esta terça-feira com a presença de vários nomes relevantes dos mercados financeiros portugueses, numa sessão em que se falou muito da necessidade de disponibilizar informação robusta, simples e transparente de forma a cativar novos investidores e estimular a economia.
6 Outubro 2020, 10h55

A Semana Mundial do Investidor (SMI) arrancou esta terça-feira em formato digital, dado o contexto de pandemia, com o mote virado para a literacia financeira e a importância do investimento no funcionamento da economia.

No arranque da SMI, vários foram os parceiros que abordaram a questão do reporte e da informação disponibilizada aos investidores, algo identificado como chave para uma maior participação dos particulares nos mercados de capitais. Esta questão torna-se particularmente relevante numa altura em que a economia necessitará de uma banca forte, capaz de financiar o tecido empresarial, e numa economia com baixas taxas de poupança crónicas.

Reforçada pelas diretrizes da Comissão Europeia para o investimento sustentável e de impacto social e ambiental, a necessidade de maior transparência na aplicação dos capitais investidos levou mesmo a Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM) a criar uma nova Área do Investidor, como referiu a presidente do órgão, Gabriela Figueiredo Dias. Esta visa disponibilizar toda a informação relevante ao investidor, de forma a construir uma confiança nos mercados que será “essencial para construir uma economia robusta”, salientou.

Isabel Ucha, a presidente da EuroNext Lisbon, vai mais longe e diz mesmo que “não é possível desenvolver um mercado de capitais robusto sem investidores q conheçam bem os produtos à sua disposição”, sendo que este conhecimento é mais exigente nos dias de hoje pela nova dimensão considerada nos instrumentos financeiros, a sustentabilidade.

A baixa taxa de poupança verificada em Portugal foi também um dos fatores identificados como estruturalmente problemático na economia nacional. O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira, lembrou a falta de aplicação das poupanças das famílias em instrumentos financeiros, apelando a um melhoramento da taxa de poupança até aos 25% do PIB, bem como a uma modernização dos mercados de capitais portugueses.

Também a supervisão e regulação terá de acompanhar as novas tendências do investimento. A digitalização destes instrumentos, além da preferência crescente por práticas sustentáveis e de impacto social e ambientalmente positivo “cria novos desafios e exigências aos reguladores”, como sublinhou o vogal do conselho de administração da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, Manuel Caldeira Cabral.

Para João Pratas, presidente da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios, é importante que esta regulação não crie barreiras aos investidores nem os afaste dos mercados, num equilíbrio que permita fomentar a confiança no sistema financeiro, um aspeto fundamental na promoção da literacia financeira.

A quarta edição da iniciativa promovida pela Organização Internacional das Comissões de Valores e decorrerá até 11 de outubro.

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