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Semapa continua a recuperar e encerra terceiro trimestre com faturação de 1.447 milhões de euros

Deste montante, 1.044 milhões de euros gerados na pasta & papel (Navigator), 380 milhões de euros no cimento (Secil), e 23 milhões de euros no ambiente (ETSA).
30 Outubro 2020, 19h30

A ‘holding’ Semapa, com negócios nas áreas de pasta & papel (The Navigator Company, ex-Portucel), cimentos (Secil) e ambiente (ETSA) fechou o final do terceiro trimestre deste ano com um volume de negócios consolidado de 1.447 milhões de euros, uma quebra de 14%, face ao período homólogo.

Deste montante, 1.044 milhões de euros gerados na pasta & papel (Navigator), 380 milhões de euros no cimento (Secil), e 23 milhões de euros no ambiente (ETSA).

Os responsáveis da Semapa realçam que o volume de negócios do terceiro trimestre de 2020 ascendeu a 505,2 milhões de euros, crescendo 20,9% em relação ao segundo trimestre de 2020 e caindo 10,4% em comparação com o terceiro trimestre de 2019.

Por outro lado, as exportações e vendas no exterior nos nove meses de 2020 ascenderam a 1.023,7 milhões de euros, o que representou 70,8% do volume de negócios.

Na prática, com a reabertura das economias e a recuperação económica progressiva verificou-se uma melhoria de ‘performance’ em todos os segmentos de negócio da Semapa durante o terceiro trimestre, face ao trimestre anterior.

Os volumes de negócios e o EBITDA das participadas cresceram em todos os segmentos de negócio no terceiro trimestre, face ao segundo trimestre, sendo que o EBITDA dos segmentos de cimento e ambiente cresceram face ao período homologo do ano passado.

Já no segmento de pasta & papel, houve um crescimento expressivo face ao trimestre anterior, mas uma quebra do volume e do EBITDA em termos homólogos.

“A diversificação de negócios e geografias a nível das participadas, bem como a nível do grupo, a par com uma forte atuação no sentido da gestão de custos e ‘cash flows’ permitiu demonstrar a resiliência do grupo ante a situação atual”, são outros fatores detsaca pela administração da Semapa.

São ainda de registar entre o segundo e terceiro trimestres os crescimentos do volume de negócios (mais 20,9%), do EBITDA (mais 45,8%), do resultado líquido (mais 29,4 milhões de euros)

“De destacar também a geração de caixa, que atingiu um total acumulado de 264 milhões de euros vs. 139 milhões de euros no período homólogo de 2019”, avançam os responsáveis da Semapa, acrescentando que “este resultado permitiu que a dívida líquida remunerada se tenha reduzido em todos os segmentos de negócio e, em termos consolidados, atingindo 1.239 milhões de euros, um valor 232 milhões de euros inferior ao valor de final de 2019”.

Assim, na pasta & papel, face aos primeiros nove meses do ano passado, verificou-se uma redução de 71,3 milhões de euros, “resultando de uma gestão eficaz do fundo de maneio e do ‘capex’ [investimento], incluindo a realização de investimentos de cerca de 69,7 milhões de euros e da distribuição de 99,1 milhões de euros de reservas”.

No cimento, ocorreu uma quebra de 94,5 milhões de euros, incluindo o reembolso à Semapa de 19,7 milhões de euros de prestações suplementares, a libertação de fundo de maneio operacional, a realização de investimentos de cerca de 18,2 milhões de euros, o resultado de alienações de participações financeiras no valor de 9,5 milhões de euros e ainda o efeito cambial positivo da conversão da dívida em moeda estrangeira de cerca de 14,9 milhões de euros, efeito sobretudo associado à desvalorização do real brasileiro.

No setor do ambiente, a retação da faturação da Semapa no período em análise foi de 4,4 milhões de euros, “apesar da dificuldade no recebimento dos valores faturados ao Estado”.

Por fim, ao nível das ‘holdings’, há a mencionar uma redução de faturação de 61,3 milhões de euros, evolução que decorre nomeadamente do recebimento de reservas da Navigator (69,4 milhões de euros) e de prestações suplementares da Secil (19,7 milhões de euros), bem como do pagamento de dividendos (10,0 milhões de euros) e da compra de ações próprias (7,0 milhões de euros).

“Apesar do terceiro trimestre ter ficado marcado pelas evoluções positivas acima referidas, encontramo-nos ainda numa conjuntura de grande incerteza pelo que é intenção da Semapa continuar a otimizar a sua estrutura financeira como grupo”, alertam os responsáveis da ‘holding’.

No terceiro trimestre de 2020, o EBITDA da Semapa atingiu 122,8 milhões de euros ( mais 45,8% que no segundo  trimestre de 2020 e -3,7% que no terceiro trimestre de 2019).

“De destacar a evolução positiva do EBITDA, face ao período homólogo de 2019, da Secil (nos segmentos do cimento) (mais 24,2%), em especial em Portugal, e da ETSA (segmento Ambiente, mais 47,4%). A margem EBITDA consolidada foi de 22,5%, apenas 0,8 pontos pontos percentuais abaixo da registada no período homólogo de 2019” destaca um comunicado da Semapa enviado há minutos para a CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Segundo esse documento, “o resultado líquido atribuível a acionistas da Semapa a Setembro de 2020 atingiu os 72,8 milhões de euros (vs. 112,1 milhões de euros no período homólogo 2019), impactado não só pela redução do EBITDA, em consequência da pandemia, como também por efeitos cambiais negativos na Secil (real brasileiro)”.

“No terceiro trimestre de 2020, o resultado líquido atribuível a acionistas atingiu 42,5 milhões de euros vs. 13,1 milhões de euros no segundo trimestre de 2020 e 38,6 milhões de euros no terceiro trimestre de 2019”, acentua o referido comunicado.

O mesmo documento assinala que, “no contexto da crise do Covid-19, o Grupo continuou a trabalhar ativamente na otimização da geração de caixa, com particular ênfase na gestão de custos, mas também na otimização do fundo de maneio e do ‘capex’, com um resultado de geração de ‘cash flow’ livre de 264 milhões de euros (vs. 139 milhões de euros no período homólogo de 2019)”.

“Como consequência, durante os nove meses de 2020, a dívida líquida reduziu-se em todos os segmentos de negócio, tendo a dívida líquida remunerada consolidada atingido 1.239 milhões de euros, inferior em 232 milhões de euros e 107 milhões de euros relativamente ao final de 2019 e ao final do segundo trimestre de 2020, respetivamente”, destacam os responsáveis da ‘holding’.

A administração da Semapa assegura que “continuará a trabalhar arduamente com vista a minimizar os impactos desta pandemia nas suas diferentes atividades, com ênfase, acima de tudo, na saúde e segurança dos seus colaboradores e restantes ‘stakeholders'”.

Nos primeir0s nove meses deste ano, o volume de negócios da The Navigator Company totalizou 1.043,9 milhões de euros.

O volume de negócios no terceiro trimestre situou-se em 348,4 milhões de euros, crescendo 20,3% em relação ao 2º trimestre de 2020 e apresentando uma queda de 18,1% em relação ao período homólogo.

Já o volume de negócios da Secil acumulado a Setembro de 2020, cifrou-se em 380,0 milhões de euros, 1,9% abaixo do verificado no período homólogo, e que se traduziu numa diminuição de 7,5 milhões de euros.

“Esta evolução resulta sobretudo da quebra verificada em alguns mercados, associada à instabilidade vivida em alguns deles e acentuada pelo efeito da pandemia da Covid-19, principalmente no mês de abril, com algumas instalações a terem de suspender a atividade, por decisão governamental”, esclarece a administração da Semapa, ressalvando que, “adicionalmente, a forte desvalorização cambial face ao euro, de algumas das moedas dos diferentes países onde a Secil atua (particularmente o real brasileiro e a libra libanesa), teve um impacto negativo de cerca de 18,9 milhões de euros”.

O EBITDA consolidado atingiu 107,4 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 20,9 milhões de euros, face ao verificado no período homólogo (mais 24,2%), resultado da evolução positiva verificada em Portugal e no Brasil.

“De realçar que mais de metade da evolução anterior deve-se a um bom desempenho operacional do negócio, já que nos primeiros nove meses de 2019, o EBITDA incluía um ganho de 3,4 milhões de euros relacionado com reembolsos de impostos sobre as vendas no Brasil. Já em 2020, a Secil obteve mais-valias na alienação de ativos (mais sete milhões de euros) e as vendas de licenças de emissão de CO2 [dióxido de carbono] excedentárias foram superiores às verificadas no período homólogo em 5,9 milhões de euros”, adianta o referido comunicado.

O documento alerta, porém, que os resultados financeiros líquidos da Secil “apresentaram um agravamento significativo face ao período homólogo, tendo passado de  menos de 15,5 milhões de euros, para 39,8 milhões de euros negativos”.

“Este diferencial negativo é resultado sobretudo de diferenças cambiais adversas (menos 18,2 milhões de euros), principalmente pela desvalorização do real brasileiro, de contas a receber e a pagar em moeda estrangeira por empréstimos intra-grupo e pela desvalorização da libra libanesa nas compras de ativos fixos em moeda estrangeira. Adicionalmente, verificaram-se 2,5 milhões de euros de imparidades sobre disponibilidades; 1,5 milhões de euros de juros de mora de créditos tributários a receber, registados no ano anterior; e 1,9 milhões de euros de redução de proveitos de aplicações financeiras”, explicam os responsáveis da Semapa.

A administração da ‘holding’ acrescenta que, “ainda assim, o bom desempenho operacional em Portugal e no Brasil permitiu que os resultados líquidos atribuíveis aos acionistas da Secil atingissem no final do terceiro trimestre de 2020 um valor de 21,3 milhões de euros, que compara com 16,8 milhões de euros registados no período homólogo de 2019”.

Portugal
Em Portugal, de acordo com o relatório de agosto da AICCOPN + AECOPS, o investimento em construção no segundo trimestre registou um crescimento de 7,5%, em termos homólogos, e de 3,1% comparativamente ao trimestre anterior.

Por isso, “o consumo de cimento em Portugal, ao longo dos nove meses de 2020, foi marcado por variações homólogas mensais positivas, com particular destaque para o mês de junho (com uma variação positiva estimada de cerca de 25%), estimando-se que, em termos acumulados, o mercado tenha apresentado um crescimento de cerca de 9% comparativamente ao período homólogo”.

“O impacto da pandemia Covid-19 fez-se sentir sobretudo nas primeiras semanas imediatamente a seguir à declaração do Estado de Emergência (período compreendido entre 18 de março e 13 de abril), mas de forma relativamente ligeira, tendo sido assegurada a regularidade das operações em praticamente todas as instalações”, garante a Semapa.

Desta forma, “o volume de negócios do conjunto das operações desenvolvidas em Portugal atingiu os 235,6 milhões de euros, ou seja, um acréscimo de 4,2% comparativamente ao período homólogo de 2019”.

“Na unidade de negócio de cimento em Portugal, o volume de negócios no mercado interno cresceu cerca de 4,3% face ao período homólogo. Esta evolução é explicada essencialmente pelo aumento das quantidades vendidas (mais 6,6%, excluindo as vendas de cimento para outros segmentos do grupo em Portugal). No entanto, este crescimento não foi suficiente para fazer face ao decréscimo das vendas para o mercado externo, tendo o volume de negócios do cimento decrescido cerca de 4,1 milhões de euros face ao período homólogo”, avança o mesmo comunicado.

Para os responsáveis da Semapa, “a existência de oferta excedentária na Europa, Mediterrâneo e África Ocidental continuou a provocar um nível de concorrência elevado. Neste contexto, o volume de negócios de exportação diminuiu cerca de 16,4%, refletindo o decréscimo verificado nas vendas de cimento e clínquer de menos 6,9%”.

“Nos restantes segmentos de negócio com atividade desenvolvida a partir de Portugal (betão pronto, inertes, argamassas e pré-fabricados), o volume de negócios acumulado ao terceiro trimestre de 2020 ascendeu a 108,4 milhões de euros, um crescimento de 14,4% face ao período homólogo. Este crescimento ocorreu em todas as áreas dos materiais de construção, que sentiram os efeitos positivos de um maior dinamismo da construção, mas com maior expressão na unidade de negócio de betão, que apresentou crescimentos nas quantidades vendidas de 9,6%”, sublinha o comunicado em questão.

O EBITDA do conjunto das atividades em Portugal cresceu 42,6%, atingindo os 75,1 milhões de euros ‘versus’ 52,6 milhões registados no mesmo período de 2019.

A unidade de negócio de cimento da Semapa atingiu um EBITDA de 60,5 milhões de euros, ou seja, 53,4% acima do período homólogo.

“Contribuíram positivamente para esta variação, o aumento das quantidades vendidas no mercado interno, a redução dos custos variáveis, nomeadamente os custos de energia e as mais-valias obtidas na alienação de participações financeiras (mais 5,2 milhões de euros) e a venda de licenças de emissão de CO2 excedentárias que foram superiores às verificadas no período homólogo em 5,9 milhões de euros”, revela a administração da Semapa.

Por seu turno, “as unidades de negócio de materiais de construção apresentaram um EBITDA de 14,5 milhões de euros, o que comparando com os 13,2 milhões de euros registados em igual período de 2019, representa um aumento de 10,4%”.

“Este aumento foi resultado do aumento do volume de negócios, apesar do aumento dos custos variáveis de produção devido a uma menor disponibilidade de cinzas no segmento do betão, e também pelo registo de mais-valias na alienação de ativos fixos (terrenos) no segmento dos pré-fabricados e agregados, que no conjunto representaram 1,2 milhões de euros”, resume o comunicado da Semapa.

Brasil
Já no Brasil, “após um primeiro trimestre com crescimento praticamente nulo, o consumo de cimento no segundo e terceiro trimestres apresentou taxas de crescimento surpreendentes”.

“De acordo com o SNIC [Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, resultados preliminares – setembro 2020], o consumo de cimento acumulado a setembro terá registado um aumento de cerca de 9% comparativamente ao período homólogo”, sublinha a administração da Semapa.

Desta forma, “o volume de negócios do conjunto das operações no Brasil atingiu nos primeiros nove meses de 2020, os 57,5 milhões de euros, representando um decréscimo de 11,6%, face ao mesmo período de 2019”.

“Contudo, descontando o efeito da desvalorização cambial do real face ao euro, com um impacto negativo de cerca de 18,2 milhões de euros, o volume de negócios teria sido superior em 10,6 milhões de euros (mais 16%)”, garantem os responsáveis da ‘holding’.

Assim, “as quantidades vendidas de cimento registaram um crescimento de 12,2%, face ao período homólogo, tendo os preços médios de venda em euros registado um decréscimo de 17,4% (contrariamente à evolução em moeda local que foi positiva em torno dos 10%)”, enquanto o EBITDA das atividades no Brasil atingiu 14,7 milhões de euros, o que comparado com 12,7 milhões de euros do período homólogo, representa um crescimento de 16%”.

“De referir que o EBITDA acumulado ao setembro de 2019 incluía um ganho de 3,4 milhões de euros relacionado com reembolsos de impostos sobre as vendas. Se excluirmos esse efeito, assim como o efeito cambial muito desfavorável ( menos 4,6 milhões de euros), o EBITDA registaria um acréscimo de 108%, refletindo o bom desempenho da atividade comercial, assim como a redução dos custos de produção”, garante a administração da Semapa.

Líbano
No Líbano, que sofre de uma grave crise económico-financeira e social, “apesar dos esforços empreendidos por parte das forças políticas para a estabilização da situação, o aparecimento da pandemia Covid-19 e a explosão ocorrida em agosto no porto de Beirute, vieram contribuir ainda mais para o seu agravamento”.

“Os efeitos da pandemia fizeram-se sentir a partir de meados de março de forma acentuada, com a publicação de um decreto presidencial a proibir as atividades industriais, exceto alimentares. Neste contexto, era já expectável que os consumos de cimento continuassem a tendência de decréscimo. Porém, a magnitude da redução superou as expectativas. Com efeito, estima-se que o consumo de cimento acumulado a setembro de 2020 tenha decrescido 47% face a igual período de 2019, o qual já havia registado um decréscimo de 29% face ao acumulado a setembro de 2018”, avança a Semapa.

Mas os responsáveis da ‘holding’ sublinham que, “contudo, o volume de negócios do conjunto das operações no Líbano registou um crescimento de 5,8%, tendo-se cifrado em 52,5 milhões de euros, em oposição aos 49,7 milhões registados no período homólogo, em resultado da subida acentuada do preço médio de venda do cimento, em resultado do ambiente inflacionista vivido no país e acompanhado pela forte desvalorização da libra libanesa”.

“As vendas de cimento para o mercado interno decresceram 15,4% face ao período homólogo, o que apesar de tudo reflete uma recuperação face aos trimestres passados. Em contrapartida, o preço médio de venda em euros registou um crescimento de 29,6%, pelo que o volume de negócios apresenta um crescimento de 9,7%. O volume de negócios de betão cifrou-se em 2,4 milhões de euros e representa uma forte redução comparativamente ao período homólogo (menos 40%), consequência da redução das quantidades vendidas (menos 45,1%), parcialmente compensada por um aumento de 9,3% no preço médio de venda em euros, e reflete o facto do setor da construção ter sido um dos mais impactados pela atual crise”, esclarece o comunicado em apreço.

O EBITDA gerado pelo conjunto das operações do Líbano totalizou 10,5 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 18,8%, quando comparado com o período homólogo.

“Este decréscimo deve-se sobretudo ao impacto da desvalorização cambial da libra libanesa registado nas compras de bens e serviços em moeda estrangeira, parcialmente compensado por medidas de contenção de custos fixos e variáveis”, justifica a Semapa.

Tunísia
Entretanto, na Tunísia, que “continua a enfrentar desafios significativos, incluindo elevados défices externos e fiscais, aumento da dívida e um crescimento insuficiente para reduzir o desemprego”, “subsiste ainda alguma instabilidade social e uma pressão nas reivindicações sindicais”.

“O défice do Estado reflete-se nas obras públicas e o sector imobiliário enfrenta desafios devido a dificuldades de financiamento (pela fragilidade do sector bancário), com impacto no volume da construção. As medidas adotadas pelo governo para conter a propagação da pandemia – recolher obrigatório a partir de 17 de março e declaração de quarentena em todo o país, a partir de 20 de março, praticamente paralisou a atividade económica do país até ao início de maio, e a atividade da construção não foi exceção” salientam os responsáveis da ‘holding’.

“Neste contexto, estima-se que o mercado interno de cimento, acumulado a setembro, tenha decrescido cerca de 15%, face ao período homólogo. O mercado de cimento continuou a ser caracterizado por uma concorrência muito intensa, devido ao excesso de capacidade instalada. O volume de negócios, do conjunto das operações desenvolvidas na Tunísia, apresentou uma variação homóloga negativa de 20,6%, totalizando 31 milhões de euros e beneficiando de um impacto positivo da valorização do dinar tunisino face ao euro, de 1,6 milhões de euros”, sintetiza o comunicado enviado pela Semapa à CMVM.

No segmento cimento, o volume de negócios decresceu cerca de 21,3%, tendo-se cifrado em 27,6 milhões de euros, “reflexo da quebra verificada nas vendas de cimento no mercado interno (menos 28,9%) e do mercado externo (menos 37,9%)”, sendo que “a variação positiva nos preços médios de venda em euros no mercado interno (mais 4%) permitiu atenuar a queda do volume de negócios”.

Por seu turno, “o volume de negócios de betão decresceu 11,8% face ao período homólogo, consequência da descida verificada nas quantidades vendidas (menos 24,1%), contrabalançada pela evolução positiva do preço médio de venda em euros (mais 16,2%)”.

“Consequentemente, o EBITDA das atividades na Tunísia cifrou-se em 7,8 milhões de euros, o que comparado com o valor do período homólogo, 9,4 milhões de euros, representa um decréscimo de 17,1%. De referir os impactos positivos da diminuição dos custos fixos e variáveis (sobretudo pela redução do preço dos combustíveis sólidos)”, refere o comunicado em análise.

Angola
Contrariando a estimativa de crescimento ocorrida no primeiro trimestre, “o mercado angolano de cimento, de acordo com os dados disponíveis, terá apresentado uma variação negativa, acumulada a setembro, de 21% relativamente ao período homólogo”.

“O impacto das medidas adotadas no âmbito do confinamento contra a expansão do coronavírus terá contribuído para o agravamento da situação económica, já de si abalada pela quebra no preço do petróleo, ocorrida desde o início o ano. Neste contexto, as quantidades de cimento vendidas pela Secil decresceram 36,6% face a igual período de 2019. Num contexto de forte inflação e de significativa desvalorização do kwanza face ao euro, a Secil Lobito tem vindo a implementar uma rigorosa política de preços que lhe permite fazer face ao agravamento dos custos expressos, tanto em moeda nacional como os decorrentes das importações necessárias”, assume a administração da ‘holding’.

O documento acrescenta que, “nestes termos, o preço do cimento, em moeda local, aumentou em cerca de 17% face ao período homólogo, compensando parcialmente o decréscimo das quantidades vendidas”.

“Em consequência, o volume de negócios atingiu um total de 3,3 milhões de euros, ou seja, 56,7% abaixo do valor do período homólogo, fortemente influenciado pela desvalorização cambial, que teve um impacto negativo de 2,4 milhões de euros. O EBITDA acumulado a setembro foi negativo em 710 mil euros, o que apesar de tudo, comparando com o valor negativo de 1,2 milhões de euros, registado no período homólogo, representa uma ligeira melhoria”, explica a administração.

Perpetivas positivas para o quarto trimestre, apesar da incerteza geral
“O terceiro trimestre ficou marcado pela recuperação económica, mas ainda se vive uma conjuntura de forte incerteza e de grande volatilidade face ao risco de uma segunda vaga da situação pandémica. A Semapa continuará a trabalhar arduamente com vista a minimizar os impactos desta pandemia nas suas diferentes atividades, com ênfase, acima de tudo, na saúde e segurança dos seus colaboradores e restantes ‘stakeholders'”, assume a administração da ‘holding’.

No segmento da pasta & papel, “alguns sinais positivos (nomeadamente um maior dinamismo na entrada de encomendas do mercado europeu nas últimas semanas) permitem esperar que a recuperação do mercado de papel se prolongue no quarto trimestre, embora persista o risco de uma segunda vaga da situação pandémica, com uma amplitude e com impactos ainda difíceis de estimar”.

“Do lado da pasta, o arrefecimento da procura de produtos de ‘tissue’ e de ‘packaging’ no terceiro trimestre trouxe algum abrandamento ao negócio nos meses de julho e agosto. Os preços encontram-se em níveis mínimos (em alguns casos abaixo do custo marginal), tanto na Europa como na China, existindo várias paragens de manutenção previstas pelos produtores, e a diferença entre o preço de fibra longa e de fibra curta encontra-se em valores máximos. Estes fatores conjugados poderão contribuir para uma melhoria no preço durante o quarto trimestre”, adianta a administração da Semapa.

Já no negócio de ‘tissue’, “depois de uma ‘performance’ positiva nos primeiros nove meses, existe alguma preocupação em relação a uma possível retração da procura, em especial no segmento ‘Away From Home’. Durante o quarto trimestre, está prevista a paragem de manutenção da fábrica de ‘tissue’ em Aveiro”, revelam os responsáveis da ‘holding’.

No segmento do cimento e outros materiais de construção, “espera-se, em particular em Portugal e no Brasil onde o combate à pandemia tem tido menos impacto, que se mantenha esta situação, embora num quadro de ainda elevada incerteza que pode trazer alguma inversão no quarto trimestre.

“Antevê-se uma dinâmica de recuperação na Tunísia e continuação de fortes desafios no Líbano dada a situação geral do país”, prosseguem os responsáveis da Semapa.

No segmento do ambiente, “e com a informação disponível, pode antever-se que o mercado alimentar onde a ETSA opera, continue a ser um setor menos afetado pela crise sanitária quando comparado com outros setores de atividade”.

“No entanto, poderão vir a surgir alguns impactos para o setor oriundos, quer da perda de poder de compra dos portugueses, quer da queda dos preços do petróleo”, adverte a administração da Semapa.

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