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Será o Facebook uma ‘máquina de persuasão’? Pioneiros criticam estratégia da rede social

O estudo “Psychological targeting as an effective approach to digital mass persuasión”, mostra como as ferramentas que o Facebook disponibiliza aos anunciantes transformaram a rede social numa ‘máquina de persuasão’.
14 Novembro 2017, 16h52

O estudo “Psychological targeting as an effective approach to digital mass persuasión”, publicado esta terça-feira na revista académica PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) mostra como as ferramentas que o Facebook disponibiliza aos anunciantes transformaram a rede social numa máquina de persuasão.

A investigação refere que através de três observações de campo, que atingiram mais de 3,5 milhões de indivíduos com propaganda psicologicamente filtrada, se descobriu que “combinar o conteúdo de recursos persuasivos com as características psicológicas dos indivíduos alterou significativamente o seu comportamento, conforme o que foi medido por cliques e compras”.

Segundo Sandra Matz, investigadora da Universidade de Columbia e autora da análise, o aconselhamento psicológico pode ser usado para explorar a fraqueza do caráter das pessoas e persuadi-las a agir contra o seu interesse. “Por exemplo: anúncios de casinos online podem ser direcionados para indivíduos que possuem traços psicológicos associados ao jogo”, argumentou à imprensa internacional, no lançamento do estudo.

Pioneiros do Facebook entre os críticos

Relativamente a este tema, o jornal espanhol El País vai mais longe e cita uma série de ‘pioneiros’ do Facebook que criticam esta característica de manipulação da rede social. Um dos exemplos é o do mentor de Mark Zuckerberg e um dos primeiros investidores, Roger MacNamee. O empresário acredita que o Facebook “coincidiu conscientemente a tecnologia com as técnicas persuasivas desenvolvidas por propagandistas e pela indústria do jogos, que ameaçar a saúde pública e a democracia”, conforme escreveu no The Guardian.

Já o primeiro presidente da rede social, Sean Parker, disse na semana passada que “só Deus sabe o que essa tecnologia está a fazer aos cérebros dos nossos filhos”, de acordo com as declarações divulgadas pelo matutino. Sean Parker admitiu publicamente que, quando a lançaram, todos sabiam que se estava a criar uma plataforma que aproveita as “fraquezas psicológicas humanas”.

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