Sete em cada dez empresas têm perspetivas de crescimento e querem recrutar mais em 2023

Em 2023, será o sector da Energia o que mais apostará no recrutamento, seguindo-se o Turismo e o sector das Tecnologias, Media & Telecomunicações (TMT), revela a análise feita por Neves de Almeida HR Consulting e pelo ISCTE Junior Consulting.

Sete em cada dez empresas em Portugal têm como objetivo crescer no ano de 2023, independentemente da sua dimensão, e a maioria quer reforçar a aposta no recrutamento, revela o estudo “2023: o que vai mudar na gestão de pessoas”, desenvolvido pela Neves de Almeida HR Consulting e pelo ISCTE Junior Consulting, que traça um retrato do que será a realidade do mercado de trabalho na gestão das Pessoas em 2023.

O estudo baseia-se num inquérito a 200 CEO e Diretores de Recursos Humanos de empresas de sectores e dimensões diferentes a nível nacional, para antecipar como será a gestão de pessoas em 2023.

“Neste estudo participaram cerca de 200 empresas de áreas como Serviços, Retalho, Transportes e Infraestruturas, Financeira, Energia, Saúde e Farmacêutica, Turismo e TMT que, no seu conjunto, empregam mais de 200 mil colaboradores”, refere o comunicado.

Os objetivos de crescimento, de acordo com o estudo, são transversais a todos os setores analisados e a dimensão da organização e/ou empresa não parece impactar estas perspetivas.

Entre os sectores mais otimistas, destaque para o dos Transportes e Infraestruturas, cuja totalidade dos inquiridos antecipa o ano de 2023 com um forte crescimento (100%), seguido pelos setores da Energia (86%), e da Saúde e Farmacêutico (83%). Por outro lado, os setores da Indústria, Retalho e Turismo, esperam manter, ou mesmo reduzir, o seu negócio em 2023.

A acompanhar estas perspetivas de crescimento do negócio está também a necessidade de reforçar a força laboral, “com a maioria das empresas a prever aumentar (44%) ou igualar (37%) a aposta no recrutamento face a 2022”, segundo o comunicado. Neste critério, apenas uma minoria pretende diminuir o recrutamento (19%).

Em 2023, será o sector da Energia o que mais apostará no recrutamento, seguindo-se o Turismo e o setor das Tecnologias, Media & Telecomunicações (TMT), revela a análise feita por Neves de Almeida HR Consulting e pelo ISCTE Junior Consulting.

“A necessidade de aumentar ou igualar a aposta no recrutamento é transversal a todos os setores. Este fenómeno pode ser explicado pelo ambiente competitivo que existe relativamente à procura de talento. As empresas estão a dedicar cada vez mais recursos ao recrutamento, pois só através de colaboradores qualificados conseguirão potenciar o seu  negócio”, defende no comunicado Pedro Rocha e Silva, CEO da Neves de Almeida HR Consulting.

O relatório revela que, no que diz respeito à aposta no talento, as necessidades e objetivos são diferentes. Sendo que as pequenas empresas estão mais focadas na Atração de Talento, as médias na Retenção.

“Entre as Grandes Companhias, há também diferenças, segundo o estudo, sendo que as que têm menos de 1.000 colaboradores focam-se mais no Engagement e, as com mais de 1000 colaboradores, à semelhança das médias, dão mais ênfase à Retenção de Talento”, revela a análise.

“Em 2023, as áreas de IT, RH, Marketing, Comercial e Financeira serão as áreas prioritárias de recrutamento. Relativamente ao nível da carreira, aquele que terá menos procura será o Top Management”, ainda segundo o mesmo estudo.

Reforçar a formação em liderança e promover uma cultura de feedback está entre as principais apostas para 2023

“Em 2023, e tendo em conta os desafios esperados para este ano, a maioria das empresas pretende reforçar a formação em liderança e as estratégias que promovam uma cultura de feedback dentro da organização. Entre as principais apostas, surgem ainda o reforço de iniciativas de promoção de employer branding, a promoção de engagement e a aposta no desenvolvimento de políticas de bem-estar”, refere o estudo.

Neste ranking de apostas das empresas para 2023, as prioridades são semelhantes, independentemente do setor, dimensão da empresa e cargo, conclui a análise.

Relativamente ao setor de atividade, as apostas diferem principalmente na ordem prioritária atribuída a cada uma destas apostas, revela o estudo. Para a Indústria, Serviços e Retalho, a prioridade para este ano está centrada na formação de liderança; já nas empresas de Tecnologia, Media e Telecomunicações, o foco estará em iniciativas de promoção de engagement.

Por outro lado, o setor Financeiro, “identifica que há uma maior necessidade de reforçar a cultura de feedback; e no setor da Saúde e Farmacêutico, a aposta recairá em iniciativas de promoção de employer branding”.

“A dificuldade em reter talento é uma realidade para muitas organizações, por isso o reforço das lideranças e a consolidação da cultura da organização, são ótimos métodos tanto para atrair, como para reter as pessoas”, diz o CEO da Neves de Almeida HR Consulting. “Neste sentido, os CEO e Diretores de Recursos Humanos parecem ter visões cada vez mais consistentes sobre estas práticas, o que nos demonstra que as estratégias de gestão de pessoas têm cada vez mais peso e o capital humano começa a assumir um papel central nas organizações”, acrescenta Pedro Rocha e Silva.

 

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