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“Setor cimenteiro é um fator-chave na economia circular”, refere CEO da Secil

Otmar Hubscher, considera haver “espaço para avançar e abordar elementos de novas tecnologias que vamos precisar para poder cumprir o objetivo da indústria cimenteira, de reduzir em 80%, até 2050 as emissões de CO2”.
4 Junho 2019, 07h34

Otmar Hubscher, CEO da empresa Secil frisa que o “setor cimenteiro é um fator-chave na economia circular e da construção civil”.

Em entrevista ao Jornal Económico, à margem da conferência sobre os “Desafios à sustentabilidade dos setores económicos portugueses”, realizada na segunda-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, o responsável da Secil destacou que é necessário investir no desenvolvimento de pesquisas, não só do setor privado, mas também das universidades para viabilizar tecnologias mais inovadoras para a área cimenteira.

O que espera que seja feito na indústria cimenteira nos próximos anos?

Sabemos que temos de reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2). Somos peça-chave da cadeia de valores da construção civil e da economia circular. O cimento é um produto básico para a construção civil, sem ele não temos habitações nem infraestruturas. Existe o betão que hoje é considerado o segundo produto mais utilizado pelo ser humano, e isso não é por acaso, porque é um produto local e sustentável. Mesmo sabendo que fazemos da parte da construção civil, a indústria cimenteira e a Secil em particular tem abordado o tema da sustentabilidade desde há muitos anos, não é algo que nos tenha apanhado de surpresa.

Já tinhamos sido avisados pela comunidade europeia e os legisladores sobre estas mudanças, mas agora vamos entrar numa fase regulatória mais exigente e vamos ter de abordar este tema, e temos espaço para avançar e abordar elementos de novas tecnologias que vamos precisar para poder cumprir o objetivo da indústria cimenteira, de reduzir em 80%, até 2050 as emissões de CO2.

A Secil, tal como outras cimenteiras tem projetos em várias fases de maturidade, alguns em fases de avaliação técnica para poder nos próximos anos cumprir com esses desafios.

Que projetos são esses?

Vamos precisar de tecnologias que hoje podem não estar disponiveis numa escala industrial e economicamente viável. O investimento no desenvolvimento de pesquisas, não só do setor privado, mas também das universidades para viabilizar essas tecnologias mais inovadoras.

Que papel espera a Secil desempenhar em Portugal?

Para poder dar uma perspetiva positiva em relação ao emprego precisamos de competitividade, que é um dos três eixos da sustentabilidade económica. Temos parcerias com universidades para poder modernizar o parque fabril em Portugal, sabendo que estamos numa fase de crescimento. Isto vai trazer novos desafios aos nossos profissionais, já que vão ter de aplicar outros conhecimentos.

Em Portugal existe essa competitividade?

Sim. A indústria tem feito um trabalho muito forte desde 2001, quando se deu o pico de consumo doméstico e foi obrigado a procurar novos mercados e a eficiencizar os processos, a reduzir as emissões de CO2. E hoje mesmo com uma procura menor, demonstra que é competitiva e encontrou um caminho para superar as dificuldades.

A economia circular será um fator determinante para os novos desafios?

Sem dúvida. O setor cimenteiro também é um fator-chave na economia circular. Nos residuos somos uma solução onde podemos substituir na totalidade a necessidade de recursos energéticos térmicos.

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