[weglot_switcher]

Setor da construção com sinal positivo devido ao investimento privado

Mesmo assim, a Fepicop lamenta que a evolução dos dados do mercado das obras públicas se tenha “revelado dececionante, com o valor dos anúncios de empreitadas de obras públicas a cair 8% em termos homólogos, até maio”,
25 Junho 2018, 18h56

Nos primeiros três meses deste ano, o desempenho do setor da construção em Portugal manteve-se positivo.

Segundo a mais recente análise de conjuntura da Fepicop – Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, o emprego do sector da construção cresceu 0,1% no primeiro trimestre face a igual período de 2017.

“O número de desempregados da construção inscritos nos centros de emprego diminuiu 26% em março, face ao mesmo mês do ano anterior (segundo os valores divulgados pelo IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional), e o consumo de cimento cresceu 2,9% até ao final de maio, quando comparado com os primeiros cinco meses de 2017”, acrescenta o referido documento.

A Fepicop sublinha ainda que “também os valores das contas nacionais trimestrais relativos ao primeiro trimestre de 2018 confirmam a evolução positiva da atividade da construção, com crescimentos de 2,3% do investimento em construção e de 0,8% do VAB [Valor Acrescentado Bruto] do setor”.

“Contudo, as contribuições resultantes do investimento privado e do investimento público para o comportamento da produção têm-se revelado bastante diferentes, com os indicadores disponíveis a apontarem para um contributo bem mais positivo do setor privado. Assim, enquanto a evolução dos indicadores associados à construção privada, nomeadamente, número de fogos habitacionais licenciados e respetiva área de construção e área de construção de edifícios não residenciais, têm registado taxas de crescimento superiores a 38%, no primeiro caso, e a 9%, no segundo, a evolução dos dados do mercado das obras públicas tem-se revelado dececionante, com o valor dos anúncios de empreitadas de obras públicas a cair 8% em termos homólogos, até maio, e o montante total dos contratos de empreitadas celebrados a crescerem menos de 5%, no mesmo período”, destaca a Fepicop.

Por seu turno, o número de novos fogos habitacionais licenciados até abril ultrapassou os 6,1 mil (+38% do que no período homólogo de 2017) e a respetiva área de construção ascendeu a 1,4 milhões de metros quadrados, mais 396 mil metros quadrados do que em igual período de 2017.

Adicionalmente, a área total licenciada para construção de edifícios não residenciais cresceu, até final de abril, 9,2% em termos homólogos.

“O principal destino da área já licenciada em 2018 foram os edifícios industriais, que registaram um acréscimo de 13%, face a igual período do ano passado, e responderam por 40% da área total licenciada. Pelo contrário, a área destinada a fins turísticos registou uma forte quebra (-33%), não chegando a representar 7% da área total licenciada até abril de 2018”, explica a Fepicop, notando que, “no período homólogo de 2017, o crescimento havia sido superior a 96% e este destino correspondia a mais de 10% do total licenciado nesses meses”.

“Em síntese, a recuperação sustentada do setor da construção pressupõe o relançamento do investimento público em infraestruturas, um aspeto crucial que ganha relevância acrescida no momento em que se inicia a discussão pública sobre o Plano Nacional de Investimento 2030 (PNI 2030)”, conclui a análise de conjuntura do setor nacional, da construção elaborada pela Fepicop.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.