A Shell planeia investir mais de 450 milhões de dólares (416 milhões de euros à taxa de câmbio atual) em projetos de redução das emissões de carbono. A empresa pondera comprar o equivalente a metade do mercado de compensações naturais, mas os planos podem não surtir o efeito desejado, segundo reporta o diário britânico “The Guardian”.
Uma investigação conjunta em que também participou o semanário alemão “Die Zeit” chegou à conclusão que 90% dos créditos realizados no âmbito da proteção do meio ambiente (entre os que mais frequentemente são usados pelas companhias) provavelmente não representarão reduções reais ao nível da quantidade de carbono libertado para a atmosfera.
A confirmarem-se as suspeitas, existe uma discrepância significativa entre a informação divulgada pela Shell e as suas verdadeiras ações. Isto porque a petrolífera, que é uma das cinco maiores do sector à escala global, divulgou a informação de que estaria a planear acelerar os processos de descarbonização.
A empresa pretende reduzir as emissões de carbono dos 69 milhões de toneladas registados em 2021 para 41 milhões em 2030. Para tal, garante ter uma série de estratégias, nomeadamente o uso de energia renovável e melhorias no que respeita à eficiência. Em 2020, a Shell investiu 90 milhões de dólares (83 milhões de euros) em projetos com este propósito. Em 2021 este valor foi superior, na ordem de 100 milhões de dólares (92 milhões de euros).