O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) afirmou hoje que o grupo francês Altice, que quer comprar a PT Portugal, vai ter de “enfrentar a força dos trabalhadores organizada”.
“Os sindicatos vão ter pela frente um novo e complexo desafio, mas a Altice vai ter que enfrentar a força dos trabalhadores organizada, disso não tenham dúvidas”, lê-se num comunicado do SINTTAV, hoje divulgado, depois dos acionistas da PT SGPS terem dado luz verde à venda da PT Portugal, detida pela operadora brasileira Oi, à Altice.
O sindicato promete lutar pela defesa dos trabalhadores e seus direitos, como a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com as adaptações “sem perda de direitos que se lhe seguirão”, a exigência de progressões e promoções resultantes dos compromissos que constam naquele acordo, manutenção do plano de saúde, dos postos de trabalho “com direitos e dignidade” e dos direitos dos trabalhadores.
“O SINTTAV sempre preferiu resolver os problemas pela via do diálogo, mas se este falhar, temos as outras armas ao nosso alcance”, avisa, afirmando que a primeira “prova de fogo” para a Altice “vai ser já com a revisão do ACT que tem vindo a ser adiada exatamente pela indefinição em que a empresa se encontrava”.
Como tal, reforça, “o SINTTAV organizará os trabalhadores e desenvolverá as lutas que se julgarem adequadas” e sublinha: “Disso não tenha a Altice qualquer dúvida”.
No documento, o sindicato classificou a assembleia-geral de acionistas, que se realizou na quinta-feira, como um “triste espetáculo”, acrescentando que a mesma se transformou “em arena de gladiadores”.
De acordo com o SINTTAV, quem ganha com a aprovação da venda da PT Portugal à Altice “é o grande capital, a Oi do Brasil” e quem perde “é o país, os trabalhadores e os clientes”.
OJE/Lusa