O sindicato dos trabalhadores do Grupo Altice em Portugal diz que a Comissão Executiva da empresa apresentou, no passado dia 29, uma contraproposta à do STPT que se limita a actualizar salários que já é indiciadora dos constrangimentos que a Comissão Executiva irá colocar na negociação”.
A proposta da Altice consiste num aumento de 2% para valores base abaixo de 1.300 euros, garantindo um vencimento mínimo de 800 euros e de 1% para valores base entre os 1.300 euros e os 2.300 euros.
A contraproposta feita pela Altice no passado dia 29, prevê ainda 150 movimentos de evolução profissional, com um mínimo de 5% no valor base.
“Embora seja a proposta inicial, a mesma é já indiciadora dos constrangimentos que a Comissão Executiva irá colocar na negociação, nomeadamente às propostas do STPT que estando de acordo com a preocupação de Ana Figueiredo de reter e atrair trabalhadores, o sindicato pretende negociar actualizações salariais, evolução nas carreiras, criar benefícios e incentivos que motivem os actuais e atraiam novos trabalhadores”, lê-se no comunicado.
“O STPT considera de relevância extrema a evolução da remuneração salarial no incentivo, motivação e alinhamento de interesses dos trabalhadores relativamente à produtividade, rendibilidade e sustentabilidade das empresas do Grupo Altice Portugal, e para tanto entendeu propor um modelo de remuneração inovador, alicerçado na evolução, da taxa de inflação e na progressão do EBITDA”, avança o sindicato.
“Nesta perspectiva o STPT propõe actualizar os salários em 10,2% e estabelecer um salário mínimo de 1.000 euros, a partir de 1 de Janeiro de 2023. Como se pode verificar, ainda muito distante da proposta da Comissão Executiva”, aponta o sindicato.
Em matéria de evolução profissional o STPT, propõe por exemplo, “que o trabalhador situado nos níveis de desenvolvimento da categoria, após três avaliações de desempenho consecutivas positivas, deve progredir para o nível de desenvolvimento salarial seguinte, com um acréscimo de 5%”.
Muito diferente e distante pois, dos 150 movimentos propostos pela Comissão Executiva propostos para o ano de 2023.
“Qualquer empresa que queira ter sucesso tem que tornar o trabalhador como o centro essencial ao desenvolvimento, o ser humano é o maior valor da empresa, tal princípio torna-se o diferencial entre o sucesso e a falência”, alerta o STPT.
“Haverá mais reuniões de negociações já aprazadas para o dia 12 e 20 de Dezembro, o STPT espera a abertura necessária por parte da Comissão Executiva, ao diálogo e à negociação”, refere o sindicato.