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Sindicatos convocam protestos junto à sede da EDP durante a AG de hoje

A acção foi convocada para o momento em que decorrerá, na sede da EDP, a assembleia geral de accionistas. A Federação Intersindical (Fiequimetal) exige a valorização das carreiras, em especial dos trabalhadores mais recentes, e reivindica fim das desigualdades salariais que afectam os trabalhadores contratados depois do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ter entrado em vigor em 2014.
24 Abril 2019, 13h17

A Fiequimetal/CGTP-IN e os sindicatos realizam nesta quarta-feira, dia 24, às 15 horas, junto da sede da EDP, em Lisboa, uma concentração para exigir a valorização das carreiras, em especial dos trabalhadores mais recentes, e, dizem, “dar força às negociações”. A acção foi convocada para o momento em que decorrerá, naquele local, a assembleia geral de accionistas que tem como principais pontos na agenda a eleição do presidente da mesa da AG. A votação sobre a desblindagem de estatutos, que limita os votos a 25% do capital da EDP. A deliberação sobre as contas de 2018 e a respetiva distribuição de dividendos.

“Dia 24 na sede da EDP accionistas vão ter protesto”, anuncia a Fiequimetal em comunicado.

Na sequência deste protesto, segundo  esta Federação Intersindicale e os sindicatos, foram dadas indicações precisas aos trabalhadores adstritos ao serviço de reparação de avarias, procurando salvaguardar qualquer situação urgente e inadiável. Num comunicado que foi distribuído ontem nos locais de trabalho, salienta-se que isto foi feito por “exclusiva iniciativa das organizações sindicais e na defesa dos consumidores, uma vez que a  EDP está mais preocupada a contar o dinheiro, aos milhões, que vai distribuir amanhã [hoje] aos accionistas”. Segundo os sindicalistas,  “a administração ignorou a necessidade de definir serviços mínimos na reparação de avarias, face à greve convocada para permitir a deslocação dos trabalhadores”.

No comunicado  distribuído nas empresas do Grupo EDP, são ainda apontados motivos que originam o descontentamento sentido nos locais de trabalho e que vão ser expostos publicamente nesta quarta-feira

“Ano após ano, a administração insiste numa política de redução das verbas disponíveis para pagamento de salários”, avança a Federação Intersindical, realçando que “com a política de redução de pessoal, vários trabalhadores estão sobrecarregados de tarefas, sem que tenham a devida valorização salarial” e que “foram criadas desigualdades salariais que afectam os trabalhadores contratados depois de o ACT 2014 ter entrado em vigor”.

Os sindicatos recordam que começaram as negociações sobre a valorização das carreiras dos trabalhadores mais recentes. Mas, frisam,  a administração apenas admitiu que é necessário averiguar quantos são os abrangidos e “depois se verá” as reivindicações.

 

Chineses condenam OPA à morte

Os accionistas chineses da eléctrica nacional, a  China Three Gorges (CTG) sinalizaram no início desta semana que não renunciam a condição de lançamento na OPA da EDP e condena Oferta à morte.

Na segunda-feira passada, 22 de abril, a CTG esclareceu que se mantêm em vigor todas as condições da OPA. Isso inclui a desblindagem de estatutos, pelo que sem isso a operação não avança. Sem desblindar estatutos a CTG – que detém 23,27% da EDP – continuará limitada a um teto de 25% do capital da elétrica, o que mata a oferta chinesa. Este ponto, que foi introduzido na AG por proposta do fundo Elliott, detentor de 2,01% do capital da EDP implica que caso esta deliberação não obtenha uma maioria qualificada de dois terços dos acionistas presentes na assembleia-geral anual de 24 de abril de 2019, o limite de voto permanecerá em vigor.

A CMVM já alertou para o efeito prático que terá uma eventual rejeição dos acionistas da EDP, na assembleia-geral de hoje, à proposta de alteração estatutária do fundo Elliot. A não desblindagem dos estatutos será uma “não verificação” de uma das condições da OPA sobre a EDP.

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