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Sindicatos denunciam que há trabalhadores ilegais na restauração

Os cafés, pastelarias e restaurantes portugueses têm 90 mil trabalhadores clandestinos. Para os sindicatos, parte da diminuição do desemprego no setor se deve a esta situação.
  • Rafael Marchante/Reuters
31 Outubro 2016, 08h28

Em Portugal, há 90 mil pessoas a trabalhar sem recibo nos cafés, pastelarias e restaurantes. A notícia é avançada na edição desta segunda-feira do “Diário de Notícias”, a partir de uma denúncia feita pelo sindicato da Hotelaria do Norte.

O dirigente do sindicato da Hotelaria do Norte, Francisco Figueiredo, disse ao jornal que “muita da diminuição do desemprego está a ser feita à conta desta situação”. Segundo o responsável, há 90 mil trabalhadores clandestinos nos cafés, pastelarias e restaurantes, o que representa 30% da força de trabalho no setor.

“Há muitos restaurantes que recorrem ao trabalho informal e que não descontam para a Segurança Social”, destaca Francisco Figueiredo.

Francisco Figueiredo alerta ainda para os termos do contrato coletivo de trabalho atualizado neste ano, em que “um empregado de mesa ou de balcão ganha entre 530 e 542 euros, pouco acima do salário mínimo”. O dirigente sindicalista sublinha que quem trabalha no setor “não tem alternativa”.

De acordo com os números do Instituto de Emprego e Formação Profissional, citados pelo DN, a partir de julho, regista-se uma descida na taxa de desemprego no final de cada um dos meses, em relação ao período homólogo do ano passado. Quanto ao fim do mês de setembro, havia menos 8,4% de desempregados na restauração, comparativamente ao mesmo período de 2015.

“Há vários grupos económicos que descontam para a Segurança Social apenas 20 horas de trabalho quando pagam 40 horas aos trabalhadores para não levantar suspeitas às Finanças”, acrescenta Francisco Figueiredo.

Já Daniel Serra, uma das partes ouvidas em representação da área da restauração, garante que há restaurantes que “não estão a abrir por falta de mão-de-obra especializada”. O presidente da Associação para a Defesa, Promoção e Inovação dos Restaurantes de Portugal afirma que a associação já contactou com várias entidades de forma a criar “uma plataforma para promover o emprego na área da restauração”.

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