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Sistema político: Porque é que em Portugal ganham sempre os mesmos partidos?

Em Espanha, França ou Itália surgem novos partidos a desafiar os tradicionais e outrora hegemónicos, conseguindo até vencer eleições. Em Portugal, os principais partidos estão quase nas mesmas posições desde 1975. Porquê?
1 Abril 2018, 11h00

Na vizinha Espanha, dois novos partidos (o Podemos e o Cidadãos) quebraram o duopólio tradicional do Partido Popular (PP) e do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE). Nas eleições gerais de 2016 (convocadas por causa do insucesso em formar um Governo a partir dos resultados das eleições de 2015), a coligação Unidos Podemos (Podemos, Esquerda Unida e outros partidos de esquerda) obteve 71 deputados, a escassa distância do PSOE que conquistou 85, enquanto o Cidadãos ficou com 32. O PP venceu as eleições e totalizou 137 deputados, insuficiente para formar um Governo de maioria absoluta (necessitaria de 176, não bastando o eventual apoio do Cidadãos). Em suma, as Cortes Gerais estão mais fragmentadas do que nunca e os dois partidos emergentes tornaram-se peças incontornáveis para a constituição de maiorias parlamentares

Em França, Emmanuel Macron, ex-ministro da Economia e antigo militante do Partido Socialista (PS), fundou um novo partido de raiz – Em Marcha! (EM!) – e venceu a eleição presidencial de 2017. Na Itália, o cenário é ainda mais revolucionário e fragmentado. Nas recentes eleições gerais, o MoVimento 5 Estrelas (de cariz populista e antissistema, fundado em 2009 pelo comediante Beppe Grillo) foi o mais votado (32,68%), totalizando 227 deputados (num total de 617).

Em Portugal, o contraste é evidente. Basta atentar nos resultados das eleições para a Assembleia Constituinte de 1975 e comparar com a atual composição parlamentar: o PS, o PPD (atual PSD), o PCP e o CDS (atual CDS-PP) estão praticamente nas mesmas posições.

Entrevista publicada na edição semanal do Jornal Económico. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor.

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