“Não há dúvida de que se voltará a produzir uma nova crise financeira como consequência do dinheiro barato e porque há muitas empresas cujo crescimento dependeu desse dinheiro barato”, afirma Mark Mobius, especialista em mercados emergentes, em declarações à Bloomberg. A partir desta e outras considerações, o jornal “El Economista” alerta para a iminência de um novo “momento Lehman” (a queda do banco de investimento Lehman Brothers, em 2007, nos EUA).
“Creio que pode dar-se um ‘Lehman’ ao quadrado porque não resolvemos muitos dos problemas, mas transformámos-los em base de política monetária e fiscal. No ‘Lehman’ o problema foi de imobiliário e, neste caso, a bolha da renda fixa está muito expandida por todas as partes: governos, empresas, bolsa, capital de risco e mercados ilíquidos”, afirma Diego Parrilla, presidente executivo da Quadriga e autor do livro “The Anti-Bubbles: Opportunities Heading Into Lehman Squares and Golds Perfect Storm”.
O jornal “El Economista” sublinha que grande parte da dívida de alto risco vem de países como a China que nos últimos anos “não tem feito outra coisa que não endividar-se” para conseguir um crescimento mais ligado à procura e consumo interno e menos às exportações. “O problema da China é que está a dar muito crédito sem nenhum tipo de controlo e esta situação está a verificar-se também noutros emergentes, onde também existe o que se conhece como banca na sombra”, realça Ignacio Perea.
Esta “banca na sombra”, como explica Walden Bello, trata-se de “uma rede financeira de intermediários cujas atividades e produtos estão fora do sistema bancário regulado pelos governos”. O crescimento da “banca na sombra” da China tem sido acompanhado por um forte aumento da dívida. Segundo a Bloomberg, a dívida da China em 2008 era de 141% do respetivo PIB, enquanto em 2018 já vai em 256% do PIB.
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