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Siza Vieira: “Não há faltas. Não vale a pena ir a correr para os supermercados”

“Não a vale a pena, como se fez na Covid-19, ir esgotar o papel higiénico ou agora o óleo de girassol”, garantiu esta segunda-feira o ministro da Economia.
14 Março 2022, 18h35

O ministro da Economia tranquilizou esta segunda-feira a população sobre a eventual escassez ou racionamento de bens devido à guerra na Europa, garantindo que, neste momento, não existem dificuldades de abastecimento e estão assegurados os aprovisionamentos até ao próximo mês de julho.

“Não antevemos, nestes tempos próximos, quaisquer dificuldades. Aliás, do ponto de vista de aquisições diretas à Rússia e Ucrânia, o caso é mais visível no milho forrageiro e nalgumas oleaginosas. Não há faltas. Não vale a pena ir a correr para os supermercados. Não a vale a pena, como se fez na Covid-19, ir esgotar o papel higiénico ou agora o óleo de girassol”, afirmou Pedro Siza Vieira, esta tarde, na conferência de imprensa sobre apoios governamentais no âmbito do conflito na Ucrânia.

No entanto, Pedro Siza Vieira reconheceu que “quase de certeza vamos pagar mais pelos bens alimentares” e anunciou que está a ser ponderada a criação de uma nova prestação social para auxiliar as famílias mais carenciadas a adquirirem os seus alimentos. “Todos vamos sofrer mas temos de pensar nos mais vulneráveis”, referiu.

Na sexta-feira, o semanário “Expresso” noticiou que a invasão da Ucrânia pela Rússia pôs Portugal à beira da emergência alimentar, porque os preços dos produtos básicos estão a disparar entre 20% a 30% e os produtores admitem racionamento. No entanto, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) não antevê razões para alarme nas superfícies comerciais, onde ainda não estará previsto nenhum limite às vendas.

Segundo o ministro da Economia, o Governo faz um acompanhamento quase diário do ponto de situação dos bens importados por Portugal. Como o país importa principalmente da Ucrânia cereais para alimentação animal, há operadores já em contacto com mercados alternativos, entre os quais América do Sul e América do Sul, para importação destas matérias-primas.

“Além disso, estão também em curso operações e contactos com novos fornecedores, como é o caso da África do Sul. Os cereais destinados à alimentação humana, como é o caso dos trigos panificáveis, têm como principal origem de importações França, estando este circuito estável e consolidado”, explicou o gabinete de Maria do Céu Antunes, na semana passada.

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