Segundo um Estudo de Risco de Crédito impulsionado pela Crédito y Caución e pela sua filial Iberinform, 74% das empresas portuguesas sofre impactos negativos da morosidade. O impacto intensificou-se em Portugal, conclui a seguradora já que a percentagem subiu oito pontos percentuais face ao ano passado. No entanto, apenas 10% (três pontos percentuais menos que há um ano) afirma que corre o risco de encerrar a sua atividade em resultado do impacto dos incumprimentos.
De acordo com o estudo, 33% das empresas portuguesas enfrentam perdas de receitas significativas por causa da morosidade, ou seja, mais quatro pontos percentuais que há um ano.
O agravamento dos efeitos da morosidade alcança níveis superiores nos aspetos da atividade empresarial afetados pelo agravamento das taxas de juro nomeadamente “51% do tecido empresarial regista um aumento dos seus custos de financiamento (dez pontos mais que em 2021)”, diz a Iberinform.
A expansão comercial é travada por 30% das empresas (dois pontos menos que há um ano) e 28% vê-se obrigado a limitar os seus novos investimentos (sete pontos menos).
A falta de controlo sobre a morosidade é um risco para a atividade empresarial, conclui a análise.
“O incumprimento dos pagamentos acordados gera importantes tensões de liquidez numa situação como a atual e é especialmente desestabilizador das operações das empresas de menor dimensão. Se se chegar ao incumprimento de uma venda a crédito comercial, a perda equivale aos custos de produção do produto”, refere a Iberinform, filial da Crédito y Caución.
“O impacto de um incumprimento comercial acentua-se quanto menor for a margem de lucro, pois multiplica o número de vendas com clientes solventes que é necessário para compensar a perda”, destaca o estudo que diz que se uma empresa com uma margem comercial de 10% sofre um incumprimento de 10 mil euros, deverá gerar um novo negócio no valor de 100 mil euros para compensar o impacto dos 9 mil euros em custos de produção.
“Num contexto de emagrecimento das margens comerciais, como consequência dos aumentos dos custos de produção e da importante subida das taxas de juro, é especialmente importante para a sobrevivência de uma empresa gerir adequadamente os seus riscos de incumprimento”, conclui a Crédito y Caución.