Sonae Indústria: Caixa BI reinicia cobertura com recomendação de compra

O Caixa Banco de Investimento (Caixa BI) reiniciou a cobertura da Sonae Indústria com uma recomendação de “compra” e fixando um preço alvo de 5,34 euros, o que representa um potencial de valorização de 48,7% face ao valor de fecho dos títulos na Euronext Lisboa, a 17 de janeiro.

Na nota de research, os analistas do Caixa BI referem que foi necessária uma actualização dos “fundamentais da empresa, depois da mesma ter sido sujeita a várias alterações de monta nos últimos anos”.

Destacam o início da joint-venture com a Arauco – de que resultou a Sonae Arauco –, que foi “fundamental na redução de dívida (nos negócios que ficaram na joint-venture), com a separação das operações – entre Europa e África do Sul, que ficaram na joint-venture, e o Canadá e laminados, que permaneceram na Sonae Indústria – a permitir uma melhor adequação do serviço de dívida face aos resultados operacionais”.

A Sonae Arauco é detida em partes iguais pela Sonae Indústria e pela Arauco, com a empresa a consolidar integralmente somente o Canadá e laminados.

“Depois de um período, em anos anteriores, com uma performance negativa em termos de cotações em bolsa, devido a condições desafiantes em termos operacionais nos mercados em que a empresa opera, mas também devido a um grau elevado de endividamento, é compreensível que o mercado incorpore (ou espere) um desconto face ao valor fundamental da empresa até que algum tipo de normalidade operacional seja novamente sentido”, referem os analistas.

“O mercado está, neste momento, a incorporar uma taxa de desconto sobre os fundamentais que, na nossa opinião, é talvez demasiado conservadora”, acrescentam.

Na sessão de 18 de janeiro, às 9:00, os títulos da Sonae Indústria seguiam a subir 1,34%, para 3,64 euros.

Lucro de 20,9 milhões até setembro

A Sonae Indústria registou um resultado líquido de 20,9 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2017, traduzindo cinco trimestres consecutivos com resultados positivos.

Em comunicado, Paulo Azevedo, presidente do conselho de administração da empresa, realçou que “quer os negócios integralmente detidos quer a Sonae Arauco contribuíram positivamente para os nossos resultados”.

A margem EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente consolidada foi de 17,7%, similar à verificada no trimestre anterior, beneficiando do desempenho do negócio na América do Norte.

Incluindo a participação de 50% na Sonae Arauco, a margem EBITDA Recorrente proporcional atingiu 14,1% durante o terceiro trimestre de 2017″.

“Os nossos resultados no trimestre foram negativamente afetados pelo aumento do custo dos químicos quando comparado com o ano passado [2016]”, refere a empresa.

“O aumento do custo dos químicos não foi completamente absorvido pelo mercado nem pelas melhorias na eficiência da produção e no mix de vendas por produto”, acrescenta.