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Sondagem Madeira: PAN na expetativa de eleger deputado mostra preocupação com Chega

O PAN considera “extremamente preocupante” que um partido como o Chega de cariz “fascista, demagogo, antidemocrático, populista” tenha mais votos que um partido ambientalista que se “preocupa com aquilo que é o nosso futuro coletivo e que defende um conjunto de causas que realmente são importantes”.
16 Agosto 2022, 12h05

O líder do PAN Madeira, Joaquim Sousa, reagindo à sondagem da Aximagem para o Jornal Económico/Económico Madeira, para a regionais, mostra preocupação com o melhor resultado obtido pelo Chega, um partido que classifica como “fascista, demagogo, antidemocrático e fascista”, em comparação com o PAN.

A sondagem da Aximagem avança com vários cenários para as regionais, onde se inclui coligação entre PSD e CDS-PP, listas separadas de PSD e CDS-PP, e PS tendo como cabeça de lista o atual líder, Sérgio Gonçalves, ou o secretário de Estado das Comunidades e antigo líder do PS Madeira, Paulo Cafôfo.

Em todos os cenários o PSD ou a coligação PSD e CDS-PP vence com maioria absoluta e o PS, independentemente do cabeça de lista tem uma quebra assinalável face aos resultados das últimas regionais.

Os socialistas nos vários cenários da sondagem variam entre os 17,3% e os 20,6%, uma descida face aos 35,7% das últimas regionais.

Já o PAN em alguns cenários tem a possibilidade de eleger deputado. Em todos os cenários o chega tem representação parlamentar.

“Os números mostram que o CDS-PP faz bem em colar ao PSD e que a atual mensagem do líder do PS, Sérgio Gonçalves, não está a passar. Mas aquilo que nos interessa particularmente, que é extremamente preocupante, é que um partido como o Chega de cariz fascista, demagogo, antidemocrático, populista, que não respeita a Constituição no seu todo, e que procura causar o caos social, tem mais votos que um partido ambientalista que se preocupa com aquilo que é o nosso futuro coletivo e que defende um conjunto de causas que realmente são importantes não só para nós mas principalmente para as próximas gerações”, refere Joaquim Sousa.

O líder do PAN Madeira considera que para as regionais, tendo em conta a sondagem, temos um cenário que é “não muda nada, que mantém os defensores da poluição, do betão, do alcatrão, e ainda junta os populistas que não conseguem trazer uma ideia”.

Joaquim Sousa questiona como é que um “partido de causas, ambientalista, e com uma mensagem do ambiente, da natureza, das causas socialmente justas, tem metade dos votos do populismo do nada”.

PAN pede mudança no poder

Relativamente a expetativas para as regionais o líder do PAN Madeira espera uma “mudança de poder” na Madeira.

“Não há a não ser através dos regimes ditatoriais uma tão grande permanência de um partido só no poder. Era importante penso eu, até pelo grande respeito que tenho pelo PSD, era importante que houvesse uma alternativa democrática”, refere Joaquim Sousa.

Questionado sobre se essa alternativa poderia ser liderada pela esquerda, o líder do PAN diz que tem uma grande dificuldade em falar de esquerda e de direita. “Nós entendemos que essa retórica está um pouco ultrapassada. Também se perguntar? Mas a extrema esquerda? Nem de perto nem de longe. A extrema esquerda está ao nível da extrema direita. Ninguém pensa numa coisa dessas”.

Joaquim Sousa reforça que era importante que houvesse um conjunto de “mudanças e de abertura” na nossa sociedade. “Existe dentro do PSD pessoas extremamente válidas. Era importante que houvesse a nível do espectro democrático uma alternativa real. Este é um Governo do quero, posso e mando e viu-se isso na questão da Estrada das Ginjas, como dizia o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque. A região tem a maior taxa de desemprego do país e temos um presidente e um secretário da Economia, Rui Barreto, que vão regularmente ao parlamento dizer que isto é o Silicon Valley da Europa”.

O líder do PAN sublinha que a região precisa de uma “mudança de paradigma”, salientando que era preciso que as entidades da sociedade civil procurassem conjugar esforços para que houvesse uma “mudança efetiva”, acrescentando que “se assim não for será mais do mesmo. Serão mais quatro anos perdidos”.

PAN tem expetativa de voltar ao parlamento

O líder do PAN diz que o partido tem “legítimas expetativas” de voltar ao parlamento regional.

“Vamos trabalhar nesse sentido. O PAN é dos partidos fora do parlamento que tem tido maior trabalho a nível das causas. Temos a expetativa de voltar ao parlamento com uma agenda verde, renovada, sustentável, em que as pessoas estejam na vanguarda de tudo”, diz Joaquim Sousa.

“Nós também temos um Funchal sempre à frente, uma Madeira sempre à frente, mas não é como temos tido com as praias fechadas, não é com a morte de animais, não é com o desenvolvimento económico de alguns, é com a oportunidade para todos. Recordo Alberto João Jardim que dizia que nós não temos condições de sermos todos ricos mas temos condições de viver todos melhor. E isso é uma expetativa que nós temos”, refere o líder partidário.

“Temos uma democracia ainda muita insipiente porque muita gente olha para os partidos políticos como olham para os clubes de futebol. Temos a dificuldade entre o eu consciente e o eu inconsciente. O eu consciente votava no PAN e o eu inconsciente diz que sou daquele partido independentemente de concordar ou não, ou saber ou não, o que o partido defende”, acrescenta Joaquim Sousa.

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