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Sondagens a um ano das legislativas: Exemplos de mudança e de estabilidade

Em 2015, a coligação PSD/CDS-PP obteve um resultado muito superior ao que era apontado um ano antes pelas sondagens. Em 2011 também se verificou uma queda acentuada do PS, ao passo que em 2009 não houve surpresa. Como é que será em 2019?
8 Outubro 2018, 17h09

A cerca de um ano das eleições legislativas agendadas para setembro ou outubro de 2019, a Aximage divulgou hoje uma sondagem em que o PS lidera as intenções de voto com 38,9%, seguido pelo PSD com 24%, pelo CDS-PP com 9,2%, pelo BE com 9,1% e pela CDU com 7,4%. Estes números tenderão a manter-se nos próximos 12 meses, até à confirmação nas urnas de voto? No passado recente há exemplos de mudança e de estabilidade.

Em outubro de 2014, por exemplo, uma sondagem da Aximage indicava 40,4% de intenções de voto no PS, à frente do PSD com 27,5%, da CDU com 9,2%, do BE com 7,7% e do CDS-PP com 6,1%. Estava em funções o Governo de coligação PSD/CDS-PP, enquanto o PS ainda era liderado por António José Seguro (um mês depois foi derrubado por António Costa, via eleições diretas extraordinárias). Nas eleições legislativas de 2015, porém, a coligação PSD/CDS-PP obteve 38,5% dos votos, à frente do PS com 32,3%, do BE com 10,1% e da CDU com 8,2%. Ou seja, nos últimos 12 meses da legislatura ocorreu uma mudança considerável.

Mais atrás no tempo, em junho de 2010, uma sondagem da Aximage colocava o PSD na liderança, com 33,9% das intenções de voto, seguindo-se então o PS com 32,8%, a CDU com 10,6%, o BE com 10,4% e o CDS-PP com 7,9%. Este é um caso diferente, na medida em que não se previa a queda do segundo Governo de José Sócrates e a convocação de eleições legislativas em junho de 2011. A situação de pré-bancarrota e o pedido de resgate financeiro tiveram evidentemente um grande impacto: o PSD obteve 38,6% dos votos, enquanto o PS ficou com 28%, o CDS-PP com 11,7%, a CDU com 7,9% e o BE com 5,1%. Em apenas 12 meses, o PS, a CDU e o BE perderam muitos votos (ou intenções não confirmadas).

Em sentido inverso, a sondagem da Marktest de setembro de 2008 produziu resultados quase idênticos aos verificados nas eleições legislativas do ano seguinte. O PS liderava as intenções de voto com 36,1%, seguindo-se o PSD com 29,3%, a CDU com 12,6%, o BE com 10,9% e o CDS-PP com 7,1%. O primeiro Governo de José Sócrates dispunha de maioria absoluta e procurava garantir a reeleição, mas acabou por ficar aquém desse objetivo: o PS conquistou 36,5% dos votos, à frente do PSD com 29,1%, do CDS-PP com 10,4%, do BE com 9,8% e da CDU com 7,8%. A única discrepância assinalável entre a sondagem e o resultado eleitoral verificou-se nos votos da CDU e do CDS-PP, fenómeno recorrente nas últimas décadas (o CDS-PP tem quase sempre mais votos em eleições do que intenções de voto em sondagens).

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