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S&P melhora rating do BPI porque passou a “filial do CaixaBank”

“Consideramos que o BPI é actualmente uma filial estrategicamente importante do CaixaBank”, diz a agência de rating S&P que melhorou os ratings do banco e evoluiu-os para uma perspectiva estável.
  • Jose Manuel Ribeiro/Reuters
13 Fevereiro 2017, 17h52

A Standard & Poor’s (S&P) elevou o rating de longo prazo do BPI (Banco BPI e Banco Português de Investimento) em dois níveis, de “BB-” para “BB+” na sequência da aquisição de 84,5% pelo Caixabank. A agência retira o banco do estatuto de em observação (CreditWatch positive).

A perspectiva estável do rating do BPI reflecte a classificação do rating da dívida soberana (Portugal) de longo prazo que está em “BB +” (lixo). O tecto máximo do rating do BPI é balizado pelo facto de estar sediado em Portugal que tem rating lixo.

“A 8 de fevereiro de 2017, a Caixabank anunciou que, após sua Oferta Pública de Aquisição, o banco aumentou a sua participação no Banco BPI, passando de 45,5% para 84,52%, dando-lhe controle de gestão”, diz a S&P em comunicado.
“Actualmente, consideramos o Banco BPI como uma filial estrategicamente importante  do Caixabank e esperamos que o banco beneficie do apoio do seu acionista, se tal for necessário”, contextualiza a agência para justificar a subida de rating.

Estamos, portanto, aumentando para ‘BB +’ de ‘BB-‘ o rating de longo prazo
Banco BPI e retirá-lo do CreditWatch com implicações positivas, passando a Outlook estável

“Ao mesmo tempo, removemos os ratings de longo prazo dos dois bancos do estatuto de
CreditWatch com implicações positivas, onde os colocamos a 18 de janeiro de 2017.
Também reafirmamos os nossos ratings ‘B’ de curto prazo em ambos os bancos (Banco BPI e Banco Português de Investimento). As perspectivas são agora estáveis”, diz a agência.

“Também aumentámos as nossas notações de emissões da dívida não garantida do BPI de ‘BB-‘ para ‘BB +’ ; a sua dívida subordinada de ‘B-‘ para ‘B +’ ; as suas acções preferenciais de ‘CCC’ para ‘B-‘ e removemos todas as avaliações de ‘CreditWatch positivo'”.

“Esperamos que o BPI beneficie do apoio financeiro do CaixaBank caso seja necessário.
Dito isto, o rating de longo prazo é limitado pela classificação da dívida soberana de longo prazo do país, o que limita a elevação da notação a dois níveis no rating do BPI, em base individual”, diz a S&P que explica que isso reflecte a sua opinião de que seria improvável que o Caixabank apoiasse suficientemente o BPI em caso de stress provocado por um hipotético incumprimento soberano.

O BPI partilha o mesmo foco de negócio na banca de retalho que o Caixabank e por a S&P espera que o BPI aproveite as economias de escala com o grupo para melhorar sua eficiência operacional e explorar oportunidades de cross-selling, aprimorando o negócio de Gestão de activos.

O Caixabank tem uma experiência significativa em integrar no grupo entidades adquiridas e tem um conhecimento prévio do BPI, uma vez que faz parte da sua estrutura accionista há muitos anos. No entanto, melhorar a rentabilidade do BPI representa um desafio para a gestão do Caixabank, especialmente se a participação do BPI no BFA, a sua filial angolana, continuar a diminuir. O BFA tem sido consistentemente rentável e compensou a baixa geração de lucros domésticos do BPI durante a crise financeira, avança a S&P.

“Aumentámos as notações da emissão da dívida subordinada e das acções preferenciais do BPI, porque esperamos que o grupo CaixaBank apoie os instrumentos de capital híbrido da sua filial e mantenha os pagamentos desses instrumentos”, refere ainda a agência de rating.

“A perspectiva estável da notação de longo prazo do BPI reflecte a nossa visão de que não esperamos uma mudança de rating nos próximos 12 meses”, diz a agência que no entanto salvaguarda que mudança no rating soberano pode levar a uma ação semelhante nos ratings do BPI.

“Uma acção de notação negativa desencadeada por uma deterioração da credibilidade do banco é improvável nesta fase”, diz a S&P.

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