[weglot_switcher]

‘Spoiler alert’: tudo o que precisa de saber sobre os mercados em 2018

Com o aproximar do final do ano, a época é já de antevisões sobre o que vai acontecer nos mercados em 2018. Desde obrigações a criptomoedas, passando por risco político e o ‘rally’ nas bolsas europeias, a Bloomberg analisou o que devemos esperar em 2018. Depois de um 2017 positivo, o próximo ano vai ser de desafios, alerta a agência.
  • Paulo Whitaker/Reuters
27 Dezembro 2017, 09h40

“Não se deixe enganar por 2017: o próximo ano vai ser de navegação difícil”, avisa a Bloomberg sobre os próximos 12 meses nos mercados globais. “À entrada de 2018, a subida consistente dos ativos e a volatilidade reduzida tornaram-se regra, o crescimento global permanece forte e  otimismo prevalece em todas as classes de ativos”.

Não é altura, no entanto, de baixar a guarda, alerta a agência norte-americana, sublinhando que se há alguns fatores positivos, há também inúmeros riscos aos quais os investidores deverão estar atentos. Leia aqui o que a Bloomberg explica sobre esse riscos:

Esfriar do rally da dívida

Tanto as obrigações de rentabilidade elevada como as que merecem grau de investimento deram retornos este ano, mas vários riscos poderão minar mais valorizações em 2018, numa altura em que a Reserva Federal (Fed) norte-americana está a reduzir a folha de balanços, o Banco Central Europeu a abrandar o ritmo de compras e a inflação finalmente a dar sinais de acelerar.

A Bloomberg cita uma sondagem do Bank of America Merrill Lynch para mostrar que os investidores nos mercados de obrigações vêem a ‘bolha’ como o maior risco que essa classe de ativos enfrenta. Dados da agência mostram ainda que, em dezembro, os investidores venderam posições em fundos que seguem dívida empresarial pela primeira vez em 14 meses.

Ciclo económico sustentável?

A economia dos Estados Unidos poderá igualar o segundo maior ciclo de expansão de sempre se mantiver o ritmo de crescimento no primeiro trimestre de 2018, refere a agência, com base em dados do National Bureau of Economic Research.

“No entanto, nos próximos 12 meses os investidores vão ter de analisar a sustentabilidade do ciclo, num contexto de riscos de um sobre-aquecimento financeiro e da elevada alavancagem nos balanços das empresas americanas.

Eleições no calendário

O crescimento económico, o cuidado demonstrado pela Fed na normalização política monetária e um dólar fraco permitiram às moedas e bolsas de mercados emergentes registar os melhores retornos em oito anos. Não é preciso muito para abalar essa tendência, avisa a Bloomberg. Além do novo contexto de políticas monetárias menos acomodatícias, outro fator de risco poderá vir da esfera política.

“Enquanto as eleições em países como a Rússia são previsíveis, corridas renhidas são esperadas noutros ‘pesos pesados’ dos mercados como o Brasil e o México”. O calendário do risco político inclui ainda eleições em Itália, o Brexit e as tensões na península coreana.

Euro prossegue a marcha

A moeda europeia está prestes a terminar o melhor ano face ao dólar em 14 anos. O mercado de futuros indica que o rally irá continuar em 2018, com a probabilidade de o euro chegar aos 1,229 dólares no final de 2018 (face aos atuais 1,1863) a atingir os 66,6%.

O regresso da volatilidade?

A ausência de volatilidade surpreendeu os investidores este ano, mas o próximo poderá ser o do despertar das flutuações dos preços dos ativos. Segundo a análise da Artemis Capital, investimentos no valor de mais de 2 bilhões de dólares dependem da estabilidade nos mercados para registarem ganhos, algo que exacerba o risco de perdas se a volatilidade regressar, recorda a Bloomberg.

Novas caras na Fed

O próximo ano vai trazer uma nova liderança à Reserva Federal, com um novo chair ( Jerome Powell),  mas também um novo vice e um novo presidente da Reserva de Nova Iorque. A principal tarefa da nova equipa irá ser o balançar de um mercado laboral rígido e dados económicos sólidos com inflação teimosamente baixa. “Como reagirão se a inflação ganhar vida? E se permanecer fraca?” questiona a Bloomberg.

Não esquecer a China

A par da subida das ações em Wall Street, uma das tendências mais importantes de 2017 foi a queda das obrigações chinesas, mas esta última classe de ativos é muito menos compreendida pelos analistas. Isso poderá ter de mudar em 2018, prevê a Bloomberg, pois a dívida chinesa deverá estar sob pressão adicional no primeiro semestre, à medida que o banco central ‘aperta’ a política monetária e o governo de Pequim fortalece a regulação financeira.

A subsequente subida nas yields deverá atrair investidores domésticos e externos na segunda metade do ano, refere a agência, citando Becky Liu, chefe de estratégia macro para a China na Standard Chartered plc.

Uma agulha para a bolha cripto?

É uma das perguntas que têm sido colocadas frequentemente em 2017: quando irá parar a valorização astronómica da bitcoin? Alguns gestores prevêem que a moeda poderá chegar aos 40.000 dólares, mas a agulha que rebenta a bolha poderá estar nas mãos dos supervisores.

Segundo Marc Otswald, estrategista global na ADM Investor Services em Londres, as criptomoedas poderão sofrer uma travagem brusca se as autoridades decidirem começar a aplicar as regras anti-branqueamento a essa classe de ativos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.