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Startup portuguesa RVE.SOL fecha negócio para levar energia renovável ao Quénia

Não foram revelados os valores angariados nesta ronda, mas entraram como financiadores neste projeto grupos como a Egis, G7, InnoEnergy e RKW.
12 Setembro 2018, 08h00

A ‘startup’ portuguesa RVE.SOL fechou um negócio com diversos gigantes do setor da energia e infraestruturas, como a Egis e a G7, para levar energia renovável ao Quénia.

Segundo um comunicado da empresa, “a RVE.SOL fechou hoje [ontem, dia 11 de setembro] uma ronda de financiamento de Série A liderada pela empresa francesa Egis e pela empresa sul-africana G7 Renewable Energies (Pty) Ltd, com o objetivo de levar o produto da ‘startup’ portuguesa, a ‘minigrid’ [minirede] patenteada e ‘pay-as-you-go ‘KUDURA’, até à região rural de Busia, no Quénia”.

De acordo com este documento, “a ronda de financiamento foi também seguida pelos investidores de capital semente originais, a InnoEnergy e a RKW”.

Não foram divulgados os valores angariados nesta ronda de financiamento.

“Num forte sinal de que o modelo de negócio das ‘minigrids’ (…) poderá ser a solução mais viável e acessível para eletrificar as casas dos mais de 600 milhões de africanos subsarianos sem eletricidade, esta última ronda de financiamento permitirá à RVE.SOL levar eletricidade de alta qualidade proveniente de energia rentável, assim como água potável a 15 mil pessoas e criar mais de 20 postos de trabalho diretos no Quénia”, defende a ‘startup’ portuguesa.

Os responsáveis da RVE.SOL assumem que pretendem expandir esta tecnologia para mais 50 mil moradores no este de África até 2020.

“Ao abordar a probreza no seu centro – o acesso a energia e água limpas de forma económica – a minirede ‘KUDURA’ da RVE.SOL cria não só prosperidade para as famílias locais e permite o desenvolvimento de pequenos negócios locais, assim como melhora as condições de saúde e escolares da população, ao mesmo tempo que reduz as emissões de CO2 e a desflorestação”, assegura a ‘startup’ portuguesa.

Segundo os responsáveis da RVE.SOL, a ‘KUDURA “é uma das poucas soluções minirede a trabalhar de forma fiável há mais de cinco anos, com impacto social atestado por entidades externas e com modelo de negócio sustentável que permite um retorno de investimento em períodos apetecíveis para os investidores”.

Para Rik Joosten, CEO da Egis Porjects, “o nosso investimento na RVE.SOL demonstra a confiança e compromisso da Egis no setor da distribuição de energia”.

“Com o crescente aparecimento de instalações minirede como aquelas que estão a ser ser elaboradas pela RVE.SOL no Quénia, sentimos que existe uma oportunidade de mercado realmente interessante que responde às necessidades das pessoas. Esperamos que o mercado atinja rapidamente a escala suficiente para que estes projetos tenham acesso a acordos de financiamento mais competitivos, tornando o modelo de negócio das miniredes verdadeiramente sustentável”, adiantou aquele responsável.

Por seu turno, Nicolas Rolland, diretor da G7, considera que “a tecnologia pioneira, a experiência e o modelo de negócio inovador da RVE.SOL constituem para a G7 a plataforma ideal para implementar rapidamente e à escala miniredes compatíveis com a rede em África e estamos entusiasmados por fazer parte disso”.

“Passados sete anos desde que começámos, estamos entusiasmados com a visibilidade e validação que o modelo de negócio das miniredes tem recebido como a solução mais económica para a eletrificação rural”, destaca Vivian Vendeirinhos, fundador e gestor executivo da RVE.SOL.

Na opinião deste empreendedor, “a entrada neste negócio de investidores, programadores e operadores de infraestruturas de larga escala e ligados às redes de energia demonstra que o setor está a começar a ser visto como um negócio de infraestruturas viável, semelhante a desenvolver, financiar e operar em projetos de longo prazo como caminhos-de-ferro ou redes nacionais”.

“A InnoEnergy é um orgulhoso apoiante da RVE.SOL desde 2014 e tem sido bastante recompensador ver como a empresa tem vindo a construir o seu caminho para escalar, trazendo mudanças positivas para as populações rurais. A eletricidade muda tudo e estamos felizes por fazermos parte desta mudança”, conclui Mikel Lasa, CEO da InnoEnnergy Iberia.

A RVE.SOL adianta que esta ronda de financiamento acontece depois de a empresa ter submetido o pedido para patentear a solução ‘KUDURA Sustainable Rural Development’, acrescentando que a tecnologia já foi instalada em Sidonge, também no Quénia, em 2011, com uma operação sem problemas e um recorde de segurança.

“A eletricidade nesta comunidade tem dado poder a vários pequenos negócios, como barbeiros, serviços de ‘internet’ e impressão, cinemas, carregamento de telemóveis e restaurantes. A Solução da RVE.SOL, que permite o acesso sustentável à energia, demonstra um forte impacto na redução da pobreza, influenciando positivamente famílias e negócios e todas as suas necessidades, para sempre”, garantem os responsáveis da RVE.SOL

 

 

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