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Startup tailandesa está a desenvolver vacina contra a Covid-19 de base vegetal

Baiya Phytopharm prevê que a segunda fase dos testes clínicos comece em fevereiro e a terceira e última etapa no próximo mês de junho.
17 Janeiro 2022, 19h15

Há uma startup tailandesa que está a desenvolver uma vacina contra a Covid-19 à base de plantas, mais precisamente folhas de tabaco, e pretende revolucionar o modelo de produção destes fármacos com. A Baiya Phytopharm completou no mês passado a primeira fase de testes clínicos em humanos e está na rota para se tornar a primeira fabricante de “vacinas verdes”.

A empresa, criada em 2018 de uma spin-off da faculdade de ciências da Universidade de Chulalongkorn, utiliza tecnologia de criação de organismo geneticamente modificados para criar vacinas de base vegetal que podem ser armazenadas a uma temperatura de 2 a 8 °C durante dois meses.

“Desenhámos a proteína do SARS-CoV-2 e deixámos as plantas produzirem a proteína que tem formato semelhante à proteína do vírus. A proteína produzida pela planta será posta no corpo para permitir que este crie um sistema imunitário específico contra a Covid-19”, explica a biotecnológica sobre o procedimento.

Os testes em animais foram concluídos com sucesso e a eficácia em seres humanos deverá ser confirmada ainda este ano, de acordo com as fundadoras. A segunda fase dos testes clínicos começará em fevereiro e a terceira e última etapa está prevista para o próximo mês de junho. Segundo a Baiya Phytopharm, uma das vantagens desta tecnologia é a sua produção rápida, o que pode ser uma mais-valia para atacar as próximas mutações do vírus, que já tem estirpes como Ómicron, Delta, Alpha, entre outras.

Em entrevista à “CNBC”, a investigadora académica Suthira Taychakhoonavudh, cofundadora e CEO da Baiya Phytopharm, disse que a sua equipa de cientistas pretende “fazer a diferença” na mudança de paradigma da Tailândia de importadora para fabricante de vacinas. “Atualmente, as nossas instalações podem produzir cerca de cinco milhões de doses de vacinas por mês, o que equivale a cerca de 60 milhões de doses de vacinas por ano”, avançou ao canal norte-americano.

A Baiya Phytopharm tem sido financiada através de doações da Chulalongkorn University Alumni e do governo tailandês, mas já arrecadou cerca de 3 milhões de dólares (aproximadamente 2 milhões de euros) em crowdfunding.

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