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Startups brasileiras apostam na transformação de lixo e combate ao desperdício de água

A transformação de lixo e materiais em biocombustível e o combate ao desperdício de água e foram algumas das soluções apresentadas pela BNPetro e Piipee, que marcaram presença na cimeira tecnológica Web Summit, que se realizou na semana passada, em Lisboa.
11 Novembro 2019, 08h30

A transformação de lixo e materiais em biocombustível e o combate ao desperdício de água e foram algumas das soluções apresentadas por duas ‘startups’ brasileiras que marcaram presença na cimeira tecnológica Web Summit, que se realizou na semana passada, em Lisboa.

A BNPetro, oriunda do estado brasileiro de Santa Catarina, e assume-se como sendo “a primeira empresa de petróleo verde no mundo”, um resultado de um reator que transforma “todo e qualquer lixo”

“A BNPetro tem uma tecnologia única que transforma todo e qualquer tipo de lixo orgânico ou inorgânico em (…) petróleo, gás e coque” explicou à Lusa o ‘business developer’ da empresa, Jonathan Tambosi.

A transformação ocorre “através de uma degradação térmica em altas temperaturas” num reator desenvolvido pela empresa do brasileiro Jonny Kurtz.

Jonathan Tambosi garantiu que há um aproveitamento total dos materiais tratados e que, por o reator funcionar num circuito que “é todo fechado”, este não produz “nenhum resíduo para o meio ambiente”.

“Todo o lixo que entra no reator sai em três formas: uma sólida, que é o coque, uma gasosa, que é o gás, e uma líquida, que é o petróleo que depois vai ser refinado e daí são feitos biocombustíveis, gasolina, querosene, diesel, entre outras”, disse.

Este responsável da BNPetro esclareceu que um reator da empresa tem capacidade para, no mínimo, produzir 120 toneladas de produto por dia e que, por cada tonelada de resíduos, se obtêm “200 litros de petróleo, 250 quilogramas de coque, e 450 metros cúbicos de gás”.

De São Paulo, Ezequiel Vedana da Rosa trouxe o Piipee, uma solução biodegradável, feita à base de extratos naturais, que “visa a economia de água” em sanitas e mictórios, através de uma substância aplicada sobre a urina. “Ele remove odor, altera a cor, higieniza e perfuma” a superfície em que é aplicada, “sem necessidade de se utilizar água para eliminar a urina”, explicou Ezequiel.

A ideia de desenvolver o Piipee surgiu em 2010, quando o empreendedor descobriu “que até 40% de toda a água tratada no planeta é utilizada para abastecer sanitas.

Segundo as contas de Ezequiel Vedana da Rosa, a utilização do Piipee permite uma poupança de “seis a dez litros de água por descarga”, com o seu produto a utilizar um mililitro por descarga.

Atualmente, esta é uma solução apenas produzida no Brasil e disponível para venda no portal da Piipee.

Ezequiel Vedana da Rosa acredita que a Web Summit oferece uma oportunidade para exportar o produto para outros países, e que a realização da cimeira tecnológica em Portugal permite uma potencial entrada na Europa, que “pode ser um hub para nos ligar a outros mercados”.

O fundador da Piipee assinalou que é importante poupar água e os recursos naturais. “As pessoas precisam de ser mais sustentáveis. O maior desafio não é tecnológico, é comportamental”, finalizou, antes de acrescentar que “o próprio planeta está a forçar uma mudança”.

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