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Subida do preço do pão é “inevitável” e algumas empresas podem sucumbir, alerta ACIP

Na quinta-feira, os preços do trigo e do milho subiram mais de 20 euros nos mercados europeus, com a invasão da Ucrânia pela Rússia a impedir Kiev de exportar os grãos de cereais.
7 Março 2022, 18h29

“A subida do preço do pão é inevitável e evoluirá em linha com a flutuação dos preços dos cereais”, indicou, em resposta à Lusa, o presidente do Conselho Fiscal da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP), Helder Pires.

De acordo com a associação, já estão a verificar-se consequências ao nível da procura e alguns sinais de escassez de cereais, sendo que, no limite, “poderá questionar-se se se conseguirá garantir o abastecimento de cereais e, por extensão, de pão”.

Perante a subida dos custos, como o preço das farinhas, combustíveis e energia, agravada com a guerra da Ucrânia, “acentuando-se este cenário, haverá empresas que sucumbirão”, avisou a ACIP.

Na quinta-feira, os preços do trigo e do milho subiram mais de 20 euros nos mercados europeus, com a invasão da Ucrânia pela Rússia a impedir Kiev de exportar os grãos de cereais.

A moagem de trigo e milho registou uma nova alta de preços no mercado europeu, encerrando nos 381,75 euros e 379 euros por tonelada nos prazos de março, respetivamente.

O índice mundial de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 24,1% em fevereiro, face ao ano anterior, e atingiu um recorde de 140,7 pontos, foi anunciado.

Já em comparação com janeiro, o índice progrediu 3,9%.

Por sua vez, o índice de preços de cereais cresceu 3% em comparação com janeiro, devido o aumento nas cotações dos grãos.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.

Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

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