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Subsidiária da Easypay vai entrar no mundo da criptomoeda a partir da Suíça

Numa altura em que os ICO ganham espaço, especialmente no contexto das startup, o presidente da empresa, Sebastião Lancastre, criticou a situação da regulação e falta de enquadramento legal em países como Portugal.
13 Novembro 2017, 18h37

A Abypay, projeto lançado na Web Summit do ano passado, pela empresa portuguesa Easypay vai lançar uma Initial Coin Offering (ICO) no próximo ano, a partir da Suíça. Sebastião Lancastre, presidente da Easypay explicou ao Jornal Económico que “o segredo é alma do negócio” e vão, por isso, revelar o benefício da ICO apenas três semanas antes da operação.

“Estamos a preparar o nosso ICO para o início do próximo ano”, disse Lancastre, à margem da Blockspot Conference, em Lisboa. Os termos só serão conhecidos no final deste ano, mas adianta que será na forma de um token equivalente a serviços da solução, que permite fazer transferências rápidas, para qualquer parte do mundo e em qualquer moeda, a baixos custos.

“Podíamos fazer um ICO entendendo-o como um financiamento à empresa e isso é o que se chama um security e teríamos que ter a comissão do mercado de valores mobiliários da Suíça, que é a FIMA, a tratar do assunto ou então dar uma utilidade ao token, que é o caminho que vamos seguir”, explicou.

“No fundo o que as pessoas vão estar a comprar aqui é um benefício que depois vão poder utilizar nos nossos serviços”, acrescentou sobre os ativos que vão disponibilizar aos investidores no ICO, uma ferramenta para financiar o desenvolvimento de novas criptomoedas, fornecendo o capital para que este tipo de projeto seja uma realidade.

A escolha da Suíça prende-se com a criação do Crypto Valley, na cidade de Zug.  “Fizemos uma apresentação ao Banco de Portugal de um aviso que tinham feito em 2014 sobre as bitcoins, mas acabámos por decidir abrir a empresa em Zug, na Suíça porque criaram um micro-sistema chamado Crypto Valley, em que dá um incentivo legal às empresas para se estabelecerem lá porque escreveram preto no branco o que aceitam e o que não aceitam”, referiu.

Numa altura em que os ICO ganham espaço, especialmente no contexto das startup, Lancastre criticou a situação da regulação e falta de enquadramento legal em países como Portugal.

“Isto não pode ser uma selva. As regras têm de estar muito bem definidas e quando as regras estão bem definidas os consumidores têm confiança e o mercado desenvolve-se. No resto dos países da Europa, está tudo ainda a ver o circo a passar e ainda não decidiram nada”, disse.

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