Sucesso e motivação organizacional: um compromisso “a dois”

O trabalho subordinado tem como base de troca a remuneração. Mas para uma relação laboral ser bem sucedida é preciso muito mais do que a mera satisfação das necessidades materiais. O sucesso de uma relação laboral parte muito da motivação de cada sujeito que a protagoniza. A motivação organizacional é por isso um elemento chave […]

O trabalho subordinado tem como base de troca a remuneração. Mas para uma relação laboral ser bem sucedida é preciso muito mais do que a mera satisfação das necessidades materiais. O sucesso de uma relação laboral parte muito da motivação de cada sujeito que a protagoniza. A motivação organizacional é por isso um elemento chave para o sucesso de uma empresa. Um trabalhador motivado é sem qualquer dúvida mais produtivo e mais eficiente em situações de conflito, complexidade e exigência técnica.
É certo que a motivação parte de cada um. A primeira motivação deve mesmo ser a de estabelecer um compromisso pessoal: o de nos focarmos em construirmos uma imagem íntegra, positiva, de ética profissional e de cooperação para com os colegas. Isto porque, a motivação é um fator intrínseco, mas também contagioso. Cada indivíduo transporta consigo a sua história de vida e o seu background cultural que tem influência nas suas relações interpessoais. Assim, a forma como nos apresentamos e lidamos com os outros condiciona, não só o nosso próprio trabalho, mas também o dos que nos rodeiam.
Não é por acaso que atualmente muitas empresas dão maior primazia ao recrutamento com base no quoficiente emocional e não tanto no quoficiente de inteligência. Dá-se cada vez mais importância a características pessoais como a autoestima, o autocontrole, a integridade e a capacidade de comunicação, de trabalhar sob pressão.
Contudo, a motivação para o trabalho é também consolidada no contexto laboral em que atuamos e na própria qualidade de vida organizacional. Benefícios, boas condições físicas de trabalho, formações, feedback, atividades fora do escritório, team-building. Todos estes fatores acabam por fazer com que um trabalhador se sinta individualmente valorizado e motivado, focado na cultura da empresa e por conseguinte nos objetivos profissionais que deve alcançar.
O fomento da formação pessoal será um importante estímulo das capacidades do trabalhador. No entanto, a formação não deve ser vista como um dever exclusivo das empresas, o trabalhador deve também ele investir na sua formação pessoal, pois será o primeiro a beneficiar dela, com o seu enriquecimento pessoal.
A motivação organizacional é por isso uma relação que deve ser protagonizada e fomentada “a dois”: entre a empresa e o trabalhador, tendo como meta a eficiência e o sucesso profissional.

Eva Norte
Assistant Manager da Baker Tilly

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