A Suécia não exclui o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, disse o ministro da Defesa do país, Pal Jonsson, citado pelos jornais suecos. As suas palavras surgem na sequência da Alemanha ter dado luz verde para que esse tipo de veículos fosse entregue à Ucrânia. Mas surgem também depois de a Turquia ter dito que não irá aceitar a entrada da Suécia na NATO, na sequência das manifestações pró-curdas que se têm registado na capital sueca – e onde páginas do Alcorão foram publicamente queimadas. Convém recordar que os curdos são maioritariamente muçulmanos sunitas, tal como os turcos – mesmo que pertencendo a correntes de pensamento e de práticas diferentes.
A decisão da Alemanha abriu caminho para outras nações europeias que têm Leopards nas suas forças armadas enviarem tanques das suas próprias frotas para a Ucrânia, aumentando ainda mais o arsenal de armas combinadas que Kiev precisa para lançar contra-ofensivas.
“Não excluo a possibilidade de que possamos fazer isso no futuro, trabalhando com outros países”, disse Jonson em entrevista à agência AFP. “Poderíamos contribuir de várias maneiras: logística, manutenção, treino, mas também o envio de tanques”. Uma posição em tudo semelhante à que tomou o Governo português, que disse esta semana que também está a ponderar a possibilidade de enviar os seus Leopard 2 para a Ucrânia.
Mas, enquanto Portugal é um dos membros fundadores da NATO, a Suécia debate-se por ser o próximo membro (juntamente com a Finlândia). A recusa da Turquia em aceitar a candidatura terá levado o governo sueco, mais à direita que o anterior, liderado por Ulf Kristersson parece assim estar interessado em demonstrar aos membros da NATO que o seu país é uma peça fundamental na defesa da Europa face às acometidas da Rússia.
A Suécia, que quebrou a sua tradicional doutrina de não entregar armas a um país em guerra, prometeu na semana passada um grande pacote de armamento a enviar para a Ucrânia , incluindo obuses modernos e veículos blindados. “Neste momento, o nosso foco é entregar essa contribuição bastante substancial”, disse Jonson.
Na passada quarta-feira, e ainda segundo os jornais do país, Pal Jonson conversou com altos representantes da NATO em Bruxelas, aos quais apresentou a proposta da Suécia de se juntar ao esforço ocidental em favor da Ucrânia. No encontro, Jonson insistiu que continua a ser uma prioridade do seu governo tornar-se membro da aliança “o mais rapidamente possível”. E lembrou que a Suécia já se sentiria “consideravelmente mais segura” depois de receber garantias de potências como Estados Unidos, Grã-Bretanha e França: “é claro que ser um membro de pleno direito da NATO permite-nos recorrer ao Artigo Cinco e às garantias de segurança e isso também é importante”, disse.