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Suécia vai à Turquia debater a extradição dos dissidentes

Tema central para que a Turquia levante qualquer restrição à entrada da Suécia e da Finlândia na NATO, Ancara tem-se queixado de que os países nórdicos fazem pouco para cumprir o acordado. O no governo sueco será certamente mais recetivo.
27 Setembro 2022, 17h52

Uma delegação do Ministério da Justiça da Suécia visitará a Turquia nos dias 5 e 6 de outubro para discutir a questão da extradição de dissidentes (criminosos, na visão de Ancara) turcos, disse o ministro da Justiça, Bekir Bozdag, citado pela imprensa turca.

Bozdag afirmou que as negociações sobre a questão das extradições da Suécia e da Finlândia continuam, mas não acrescentou a palavra ‘ompasse’: “Esperamos que a Suécia e a Finlândia extraditem o FETO (grupo ligado ao dissidente Fethullah Gulen, acusado de liderar a tentativa de golpe de Estado do verão de 2016) e os membros do PKK (partido curdo) para a Turquia no âmbito do acordo da OTAN”.

“Uma delegação do Ministério da Justiça sueco virá ao nosso país“, e “manterá conversas técnicas com membros do nosso Ministério sobre as extradições. Uma delegação do Ministério dos Negócios Estrangeiros também irá à Finlândia para manter conversações. Esperamos que extraditem os terroristas, especialmente do PKK, do FETO e do DHKP-C, que estão incluídos nos nossos pedidos de extradição”, disse ainda o ministro.

Bozdag disse que não há informação sobre se as pessoas que a Turquia quer ver extraditadas terão ou não deixado a Suécia e a Finlândia.

O novo governo sueco, que ainda está em formação, deve agora abordar as preocupações de segurança que a Turquia levantou em troca do levantamento do seu veto sobre à adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, disse recentemente o ministro das Relações Exteriores, Mevlut Çavusoglu.

A Suécia “sabe que este acordo não será aprovado pelo parlamento turco, a menos que tomem as medidas” previstas, disse, para recordar que o presidente Recep Erdogan empenhar-se-á diretamente no bloqueio se as extradições não forem efetuadas como o previsto.

Para sorte de Ancara, o novo governo sueco será formado por membros da direita, o que o levará com certeza a ser bastante mais premiável às pretensões turcas. Aliás, um dos grandes temas da campanha foi precisamente a segurança interna – e a presença de uma comunidade turca desalinhada com Ancara e de uma franja curda, são considerados um problema pelos partidos que vão formar o novo governo.

Autoridades turcas, finlandesas e suecas concordaram, no mês passado, em continuarem a reunir para discutir as preocupações de segurança que Ancara levantou como uma pré-condição para permitir que os dois países nórdicos se juntem à aliança militar da NATO.

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