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Suíça rejeita reformas fiscais mais atrativas para empresas

Reformas fiscais para multinacionais foram chumbadas em referendo, mas os suíços aprovaram facilitação do processo de naturalização de netos de imigrantes.
12 Fevereiro 2017, 18h40

Os suíços chumbaram a proposta do Governo de introdução de uma política fiscal com benefícios para multinacionais a operar no país, num referendo realizado este domingo. A proposta de uma legislação visava alterar as condições fiscais, tornando-se mais atrativa para as empresas e mais próximas dos níveis defendidos pela União Europeia. No entanto, a ideia foi rejeitada por 59% dos votantes, de acordo com dados da Bloomberg.

A média do equivalente suíço do IRC está ligeiramente abaixo dos 20%, o que contrasta com os 40% nos Estados Unidos e os 0% no Dubai, de acordo com um estudo da KPMG, com dados do ano passado, sendo que a descida dos impostos para as empresas ficaria dependente de investimento em investigação e inovação. No entanto, os defensores do “não” argumentavam que o Governo teria de aumentar os impostos dos contribuintes para compensar a quebra nas receitas com impostos das empresas.

“Fomos bem sucedidos em mostrar aos cidadãos os efeitos negativos que esta reforma teria. Segundo os nossos cálculos, teria resultado num encargo fiscal adicional de mil francos [937 euros] por agregado familiar e em cortes em serviços públicos como escolas”, afirmou a presidente do sindicato Unia, Vania Alleva, à Bloomberg.

Os suíços votaram ainda uma reforma que facilita a naturalização de netos de imigrantes residentes na Suíça, uma proposta que foi aprovada e que abrange cerca de 25 mil pessoas. A simplificação do processo recebeu críticas da extrema-direita, que teme que o resultado da votação possa atrair mais muçulmanos. No entanto, a maioria dos eleitores e a maioria dos 26 cantões da Suíça votaram a favor da medida.

Assim, as condições implicam que o candidato a naturalização domine pelo menos uma das quatro línguas nacionais (alemão, italiano, francês e romanche) e respeite as leis e os valores expressos na Constituição do país. O candidato deve ainda ter nascido na Suíça e ter frequentado a escola por pelo menos cinco anos e ter até 25 anos.

As regras determinam também que pelo menos um dos pais tenha vivido mais de 10 anos na Suíça e frequentado a escola por cinco anos e, por último, um dos avós tem de ter nascido na Suíça ou ter tido uma autorização de residência. Grande parte da população tinha já votado por correio nas últimas três semanas, mas as assembleias de voto estiveram abertas até às 12 horas locais.

 

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