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Superliga: “Não acredito que o sistema americano possa funcionar na Europa”, diz antigo diretor da NFL (com áudio)

Em declarações exclusivas ao Jornal Económico, Adrien Bouchet considera que a cultura europeia é muito forte para ser alterada e acredita que a ideia da Superliga irá ficar posta de lado durante algum tempo. “Será interessante ver se algum dos proprietários americanos irá vender as suas ações”, refere.
21 Abril 2021, 10h18

Ao contrário do que outrora afirmou Mark Twain, as notícias da morte da Superliga europeia parecem não ter sido manifestamente exageradas. Em 48 horas, o projeto levado a cabo por 12 clubes ruiu, depois dos seis emblemas da Premier League terem abandonado a ideia liderada pelo presidente do Real Madrid, Florentino Perez.

No entanto, as ausências de equipas da Alemanha e França foram na opinião de Adrien Bouchet, um sinal de que a Superliga não iria ter futuro. “Assim que o Bayern e o PSG recuaram ficou tudo acabado. Não é possível ter uma liga europeia sem clubes da Alemanha e França”, refere em declarações exclusivas ao Jornal Económico, o professor e antigo diretor da liga de futebol norte-americano (NFL).

De acordo com Adrien Bouchet, que foi também senior manager da equipa da NFL, Miami Dolphins, o facto do dinheiro vir do banco de investimento norte-americano JP Morgan, nunca poderia funcionar bem na Europa, assumindo não acreditar que o sistema desportivo americano possa funcionar no continente europeu. “A cultura é muito forte para mudar”, frisa.

Com a saída dos seis clubes da liga inglesa o docente defende que a ideia da Superliga vai ficar posta de parte durante algum tempo, mas que “os grandes clubes vão sempre tentar encontrar maneiras de receber mais dinheiro às custas de outros clubes menos populares. Será interessante ver se algum dos proprietários americanos irá vender as suas ações”, salienta.

Adrien Bouchet partilha também da opinião de que esta nova tentativa de criar a Superliga europeia poderá ter sido uma “jogada” destes 12 clubes para receber mais dinheiro e diferentes vantagens da UEFA.

O Manchester City foi o primeiro dos clubes ingleses a oficializar, na terça-feira, a saída da Superliga, seguindo-se, pouco depois e praticamente ao mesmo tempo, Arsenal, Liverpool, Manchester United e Tottenham, antes de o Chelsea consumar o abandono de toda a ‘elite’ do futebol britânico, já na madrugada de hoje.

Contudo, a comunicação social internacional adianta que o Atlético de Madrid, AC Milan e Inter de Milão também se preparam para oficializar a saída em breve.

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