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Suspensão do limite da dívida nos EUA. “Não se deixe seduzir. Recessão aproxima-se”, diz analista

Responsável de ‘Research’ de Mercados da Generali Investments destaca que os bancos estão a apertar padrões de crédito, o que é um indicador importante para este ciclo. “O quadro global também não é animador. A recuperação com a reabertura chinesa desiludiu mesmo antes de começar”, alerta Thomas Hempell.
  • 10 – Estados Unidos
1 Junho 2023, 09h15

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (EUA), a câmara baixa do Congresso, aprovou esta quarta-feira a suspensão do limite da dívida até 2025, depois de o presidente norte-americano, Joe Biden, e o republicano Kevin McCarth terem chegado a acordo, mas os gestores de ativos do grupo Generali não se deixam impressionar.

“Cuidado com os gaps cada vez mais agudos. Os mercados sentem-se encorajados pela atividade de serviços resiliente, sustentada por mercados de trabalho fortes e procura reprimida pós-Covid. No entanto, a indústria, que dita as tendências, está a enviar sinais pessimistas”, alerta Thomas Hempell, responsável de Macro e Research de Mercados da Generali Investments.

O analista vai mais além e antecipa mesmo uma contração económica, ainda que os problemas no sector bancário tenham ficado para segundo plano: “Não se deixe seduzir pela atividade ainda robusta dos EUA. A recessão aproxima-se nos próximos trimestres”.

Na sua opinião, apesar de a China ter posto fim às restrições da Covid-19, o índice de gestores de compras, PMI – Purchasing Managers’ Index na indústria, globalmente, “sinaliza estagnação” e até contração na Europa. “Os serviços podem-se aguentar por um tempo, mas prevemos ventos contrários muito mais fortes no segundo semestre”, prevê Thomas Hempell.

O responsável de Macro e Research de Mercados da Generali Investments destaca que os bancos estão a apertar de forma severa os padrões de crédito, o que é um indicador importante para este ciclo. “O quadro global também não é animador. A recuperação com a reabertura chinesa desiludiu mesmo antes de começar. O comércio global está em crise”, elenca.

Na perspetiva deste especialista, a contínua inversão da curva das yields nos mercados obrigacionistas parece concordar com as suas preocupações em torno da recessão e estes “ventos contrários que se aproximam”, bem como uma nova desvalorização do dólar norte-americano ao longo dos próximos meses.

O projeto de lei que obteve ‘luz verde’ esta madrugada, do outro lado do Atlântico, afasta o risco de um possível incumprimento e corta 10 mil milhões de dólares (cerca de 9,4 mil milhões de euros) em recursos para modernizar e reforçar os serviços fiscais da maior economia do mundo. O diploma, ainda sujeito ao escrutínio no Senado, teve 314 votos a favor e 117 votos contra.

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