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Takata não resiste a escândalo dos airbags e abre falência

A Takata, conhecida empresa dedicada ao fabrico de airbags, entregou nos EUA e no Japão um pedido de proteção contra credores, sucumbindo ao maior recall de sempre da indústria automóvel.
26 Junho 2017, 15h59

A japonesa Takata, empresa dedicada ao fabrico de airbags para automóveis, não resistiu àquele que é o maior recall de sempre da indústria automóvel. Os seus airbags defeituosos levaram à chamada às oficinas cerca de 42 milhões de viaturas de 19 fabricantes, incluindo 4,89 milhões de modelos Honda, 1,66 milhões de modelos Mazda e mais de 5,8 milhões de modelos Toyota, entre 2008 e 2015.

A falência foi anunciada no passado domingo, altura em que deram entrada nos tribunais dos EUA e do Japão os pedidos de proteção contra credores da Takata. A Key Safety Systems, uma empresa norte-americano de fornecimento de componentes, anunciou nesta segunda-feira ir adquirir uma “parte substancial” dos negócios da Takata, por um total de 1,59 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros).

Esta venda não vai incluir algumas das operações da Takata relacionadas com a utilização de nitrato de amónia para espoletar o enchimento dos airbags, a razão na origem do escândalo que custou 16 vidas e levou a que a empresa nipónica fosse condenada ao pagamento de mil milhões de dólares em indemnizações e multas nos EUA, decorrentes do encobrimento da suscetibilidade destes airbags para explodir e atirar estilhaços de metal para o habitáculo.

A mesma Key Safety revela em comunicado que esta unidade de negócio será gerida por uma “Takata reorganizada” após a conclusão do negócio e que, eventualmente, seria descontinuada. A Takata parece confirmar estas declarações, pois o Automotive News Europe cita a empresa ao dizer que a “Takata continuará a produzir airbags até março de 2020 para garantir um fornecimento contínuo de substitutos para as peças defeituosas objeto de recall”.

Numa conferência de imprensa realizada no Japão, o CEO da empresa, Shigehisa Takada, pediu desculpa pelo sucedido e afirmou que os resultados da venda do negócio da empresa seriam utilizados para indemnizar os envolvidos. “Gastámos muito tempo em negociações, foi muito complicado chegar a acordo com mais de 10 fabricantes de automóveis em todo o mundo e encontrar uma empresa candidata à compra”, disse Takada.

Apesar de o advogado da Takada, Nobuaki Kobayashi, ter afirmado que o total de indemnizações ainda é desconhecido, alguns analistas defendem que tal possa ultrapassar a fasquia dos 10 mil milhões de dólares (8,9 mil milhões de euros), considerando os recalls que estão ainda a ser levados a cabo (e que se espera durem até 2019), as penas em tribunal e os acordos de indemnização.

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