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Talibãs dominam Afeganistão: O que estão a fazer os países para ajudar os cidadãos?

Com exceção para a Rússia, a generalidade dos países tem escolhido ajudar os cidadãos a abandonarem o Afeganistão, principalmente as pessoas associadas às embaixadas.
16 Agosto 2021, 11h18

Depois de anos em guerra os talibãs conseguiram cumprir o seu objetivo e dominar o Afeganistão. “Conseguimos uma vitória que não era esperada”, admitiu o antigo número dois do movimento rebelde, segundo a agência “Efe”. Tendo em conta os mais recentes eventos os governos mundiais estão a tentar ajudar os Afeganistão que tentam fugir.

Portugal

Depois de ontem os talibãs terem invadido Cabul e de o Presidente Afegão ter reconhecido a vitória dos adversários e ter abandonado o país, várias pessoas tentaram seguir-lhe o rumo. Em Portugal, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho garantiu à RTP que estava a acompanhar a situação com “grande preocupação”.

“O nosso objetivo imediato é apoiar, criar condições para que possam sair do país em segurança os funcionários que trabalharam com a NATO, com a UE, com as Nações Unidas e, nessa matéria, Portugal participará evidentemente num esforço coletivo que se está agora a desenhar”, afirmou João Gomes Cravinho.

Por sua vez, o Presidente da República confessou, ao “Público”, que “infelizmente o tema Afeganistão foi objeto de referências várias em reuniões do Conselho Superior de Defesa Nacional”. “Digo infelizmente porque se foi temendo sempre o efeito de decisões que viessem a ser tomadas por outros que não Portugal”.

Alemanha

A Chanceler alemã ainda não se manifestou, mas a Alemanha iniciou esta segunda-feira os preparativos para retirar pessoal da embaixada e trabalhadores locais do Afeganistão, segundo a “Reuters”. No sábado a ministra da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, disse que o exército estaria envolvido na operação e o o ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas considerou “prioridade absoluta” a retirada de pessoas do Afeganistão.

De recordar que a Alemanha retirou no passado mês de junho as tropas que mantinha no Afeganistão

França

Tal como a Alemanha a França também está empenhada em ajudar cidadãos a abandonarem o Afeganistão. Segundo a a ministra das Forças Armadas, Florence Parly a primeira ligação aérea para retirada de cidadãos franceses organizada pelo executivo de Paris deve ocorrer até ao fim do dia de hoje. O presidente francês também decidiu reunir o seu ministério da defesa para falar sobre o domínio dos talibãs sobre o Afeganistão.

Em julho a França suspendeu deportações de migrantes depois do apelo do Afeganistão aos países europeus para suspenderem as expulsões dos migrantes devido aos conflitos com talibãs.

Espanha

O governo espanhol decidiu acompanhar a Alemanha e Espanha e referiu que vai repatriar os cidadãos espanhóis que se encontram no Afeganistão, e também os funcionários da embaixada em Cabul e os afegãos e respetivas famílias. O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, apontou que “está preparada para qualquer eventualidade”.

EUA

Na sexta-feira, até antes de os talibãs terem chegado a Cabul, a Embaixada norte-americana em Cabul, no Afeganistão, pediu a destruição de documentos confidenciais e símbolos dos Estados Unidos (EUA) que poderiam ser usados pelos talibãs. Por sua vez, o presidente norte-americano, Joe Biden, decidiu enviar três mil soldados para o aeroporto da capital afegã para garantir a retirada dos funcionários da Embaixada dos EUA em Cabul.

Rússia 

Enquanto que as restantes embaixadas estão a ‘esvaziar-se’, do lado da Rússia o embaixador russo, Dmitry Zhirnov, tem estado em contacto com os talibãs e amanhã vai encontrar-se com o seu coordenador de segurança. “Analisaremos cuidadosamente o quão responsável será a sua abordagem à governação do país”, explicou a Rússia em comunicado.

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