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TAP: Corte salarial até 25% “permite poupar entre 600 a 1.000 postos de trabalho”, diz ministro

Os cortes salariais na TAP permitem evitarem um maior número de despedimentos, além dos 2.000 postos de trabalho identificados no plano de reestruturação que seguiu para Bruxelas. Ministro Pedro Nuno Santos diz que cortes até 25% nos salários dos trabalhadores da empresa evitam despedir mais 600 a 1.000 pessoas.
11 Dezembro 2020, 13h36

O plano de reestruturação da TAP “prevê uma redução salarial progressiva até 25% que é muito intenso, mas este corte permite poupar entre 600 a 1.000 postos de trabalho. Se não houvesse este corte salarial, tínhamos de despedir mais pessoas”, avançou o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, nesta sexta-feira, 11 de dezembro, numa conferência de imprensa para explicar os detalhes do plano, que conta também com a presença do secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz.

Pedro Nuno Santos dá ainda conta da necessidade de suspensão de acordos de empresa, realçando que “é uma ferramenta fundamental que permite à empresa sobreviver”, realçando a necessidade de alteração de algumas regras “que fazem com a TAP seja menos produtiva” como ter “mais tripulantes por aeronave do que os seus concorrentes”

O documento prevê cortes nos salários superiores aos 900 euros mensais. Este é o montante mínimo acima do qual incidirá a redução salarial na companhia aérea, considerando para o efeito o vencimento base.

Os cortes salariais vão, assim, ser aplicados apenas à fatia acima dos 900 euros, tal como o JE avançou nesta quarta-feira, 9 de dezembro. Por exemplo, num salário de 1.300 euros, por exemplo, o corte de 25% seria aplicado apenas no diferencial de 400 euros, resultando numa redução de 100 euros.

O Governo esteve reunido em Conselho de Ministros extraordinário na noite de terça-feira, para apreciar o plano de reestruturação da TAP, que foi entregue em Bruxelas nesta quinta-feira, 10 de dezembro. Antes disso, o ministro das Infraestruturas apresentou o plano aos vários grupos parlamentares, em reuniões que decorrem à porta fechada.

A administração da empresa já reconheceu numa carta enviada aos trabalhadores que se trata de “um plano muito duro e exigente, com as medidas laborais que já são do conhecimento de todos”. “Sabemos que têm muitas questões relacionadas com o detalhe e com o calendário da implementação das medidas apresentadas”, prosseguem na missiva, garantindo que os detalhes serão comunicados assim que estejam definidos.

Após a entrega à Comissão Europeia, o Governo está a fazer hoje uma apresentação pública do plano de reestruturação, condição dada por Bruxelas para aprovar o auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à companhia aérea.

O plano de reestruturação prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine e 750 trabalhadores de terra, a redução de 25% da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia.

A redução de custos com pessoal será de 1,4 mil milhões de euros até 2025, incluindo cerca de 80 milhões por ano relativos a encargos previstos nos acordos de empresa, que serão suspensos.

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