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TAP: Ministro admite subsidiação para rotas deficitárias mas diz que é preciso identificá-las

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, admitiu hoje que seja concedida “subsidiação pública” a rotas deficitárias da TAP, mas ressalvou que é preciso fazer um trabalho prévio de identificação dessas rotas.
5 Abril 2022, 14h12

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, admitiu hoje que seja concedida “subsidiação pública” a rotas deficitárias da TAP, mas ressalvou que é preciso fazer um trabalho prévio de identificação dessas rotas.

Em entrevista à TSF, o governante voltou a desvalorizar as críticas dos autarcas, nomeadamente do Norte, à estratégia da TAP.

“Se nos limitarmos a que o nosso trabalho seja simplesmente atacar a TAP, isto não anda para a frente”, salientou, indicando que “está sempre disponível para trabalhar, para ouvir, para receber sugestões e propostas” e para poder “trabalhá-las”.

“Uma coisa é entendermos que há rotas que são de serviço público que devem ser financiadas, outra coisa é achar que uma empresa pública, por ser pública, deve fazer rotas deficitárias”, vincou na entrevista à TSF.

“Se houver rotas deficitárias que são de serviço público então deve haver subsidiação pública. Mas temos de perceber quais são. Temos, por exemplo, as viagens dos arquipélagos da Madeira e Açores para o Continente que são subsidiadas, e bem, para garantir que os cidadãos das regiões autónomas possam voar para o resto do país”, salientou Pedro Nuno Santos.

“Se entendermos que há um conjunto de rotas que, neste momento, não são feitas, esta deve ser a abordagem. Não estou a assumir nenhum compromisso, o compromisso é trabalharmos com quem tem propostas”, sublinhou o ministro.

“Nos últimos dias temos assistido a um ataque permanente à TAP, quando a TAP está a reforçar os voos a partir do Porto”, lamentou, salientando que é preciso “parar para pensar”.

“Estamos a fazer todos este debate numa companhia aérea que está a reforçar”, salientou, garantindo que a “TAP está a recuperar os voos e a sua presença no Porto, e é a única que liga o Porto ao outro lado do Atlântico”.

Pedro Nuno Santos garantiu que a estratégia do Governo para a TAP “não está a travar o desenvolvimento económico do Norte”.

“As ligações ao Porto não se fazem só pela TAP. As outras também estão a crescer e isso é bom”, garantiu.

“Temos de começar a olhar para a TAP sem a dramatização que estamos sistematicamente a fazer”, rematou o ministro.

A TAP afirmou no sábado que duplicou o número de voos a partir do Porto face ao ano passado, um reforço que entrou em vigor este mês e que se manterá até ao fim do verão.

O anúncio foi feito num comunicado, divulgado no mesmo dia em que o Jornal de Notícias dá conta que, face ao verão de 2019, a TAP vai operar menos sete rotas e oferecer menos 705 mil lugares a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o que motivou críticas do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e de vários partidos.

A companhia aérea informou que “a TAP duplicou o número de voos a partir do Porto face ao ano passado (subida de 98%)”, acrescentando que “esta estratégia de reforço entrou em vigor já em abril e manter-se-á até ao fim do verão deste ano”.

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