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TAP quer que sindicato assine acordo de confidencialidade para revelar plano de reestruturação, denuncia SITAVA

“Será esta a nova forma de sindicalismo livre, o sindicalismo secreto?”, questiona o SITAVA depois da reunião com Miguel Frasquilho e Ramiro Sequeira que teve lugar esta semana, e onde rejeitaram divulgar o plano de reestruturação sem a assinatura de um acordo de confidencialidade.
9 Dezembro 2020, 13h17

A TAP só revela o plano de reestruturação aos sindicatos se estes assinarem um acordo de confidencialidade, denunciou hoje o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA).

Na reunião que teve lugar na segunda-feira passada com o presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho, e com o presidente da comissão executiva, Ramiro Sequeira, foram apresentados ao sindicato “13 slides de um total de 198” que o plano de reestruturação tem.

“Quando pedimos mais informação relevante dizem-nos que é confidencial e que nos entregarão mais alguma se assinarmos um acordo de confidencialidade, acrescentando ainda que não poderemos divulgá-la, nem aos nossos associados”, denuncia o sindicato de trabalhadores de terra da TAP esta quarta-feira.

“Pergunta-se: para que raio serve então essa informação se não pode ser utilizada? Será esta a nova forma de sindicalismo livre, o sindicalismo secreto?”, questiona a estrutura.

Sobre o encontro, o sindicato denuncia que “voltou a falar-se mais uma vez na intenção de fazerem cortes nos salários dos trabalhadores como se estes fossem um simples salame, onde se podem retirar fatias sem que isso atinja a subsistência dos trabalhadores e das suas famílias. Dizem com a maior cara de pau que vão cortar em todos os rendimentos acima de 700 euros. Isto é gente que, claramente, nunca viveu com o salário mínimo ou pouco mais. Ou será que estão a contar com os chorudos prémios que receberam para compensar alguma fatiazinha que lhes venham agora cortar?”.

O sindicato também denunciou que “falam também com cada vez maior insistência que os Acordos de Empresa vão ser suspensos. À nossa pergunta por quanto tempo, não sabem, assim como também não sabem se a suspensão é total ou parcial. Também nesta matéria é bom relembrar que quando se faz um acordo são sempre precisas duas partes que, voluntariamente, outorgam esse acordo. Suspendê-lo será sempre um ato prepotente que, a acontecer, terá que ser com intervenção do Governo”.

Para terminar, o SITAVA assinala a “ironia que seria um governo do PS apoiado à esquerda a torpedear de forma grosseira Acordos de Empresa e direitos dos trabalhadores conquistados com muitos sacrifícios e ao longo de muitos anos. Os trabalhadores certamente saberão tirar daqui as suas ilações”.

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